
A perda do poder de compra do Brasileiro é real. O mês de Julho chegou ao fim, com um acréscimo de 0,96% na inflação, atingindo 8,99% nos últimos 12 meses, o que tornou cada vez mais difícil o sustento básico da população mais pobre. Em julho, o valor da cesta básica na capital paulista para uma família de quatro pessoas quase empatou com o salário mínimo.
Levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em julho o custo da cesta básica paulistana chegou a R$ 1.064,79. A alta foi de 0,44% em relação a junho, de 5,65% no ano e de 22,18% em 12 meses. Em 12 meses até julho, a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 8,99%.
Cesta básica ‘quase encosta’ no salário mínimo
Mas o que mais chama a atenção na pesquisa é que o valor da cesta de julho quase encostou no salário mínimo de R$ 1.100. A diferença de R$ 35,21 entre o custo da cesta básica e do salário mínimo é a menor desde dezembro do ano passado (R$ 37,11).
O Brasil voltou a ser um dos três países em desenvolvimento com maior taxa de inflação, atrás da Turquia e empatado com a Rússia. Também retornou à liderança mundial em juros altos, e a previsão Banco Central é de que essa taxa vai continuar subindo.
Segundo Marcus Vinicius Pujol, diretor da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, responsável pela pesquisa, o que atenuou a situação foi o auxílio emergencial do governo federal e os programas estaduais de distribuição de renda. Segundo ele, porém, nenhum desses atenuantes reduzem a gravidade da situação, argumenta. Ele ressalta que o desemprego em alta agrava o estrago provocado pelo aumento da inflação.
Inflação de Julho foi a maior nos últimos 12 meses
Inflação de Julho foi a maior nos últimos 12 meses, com um acréscimo de 0,96% na inflação, atingindo 8,99%. O novo percentual inflacionário é a maior variação para o mês de Julho desde o ano de 2002. O que mais impactou a inflação foi a conta de energia elétrica, que aumentou em 7,88%.
A inflação acumulada de 8,99% é a maior desde de o ano 2016, que tem ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para inflação deste ano, que é de 5,25%.
Um estudo do IPCA, apresenta os oito itens que tiveram alta no valor no mês de Julho, que são, Alimentação e bebidas (0,6%); Habitação (3,1%); Artigos de residência (0,78%); Vestuário (0,53%); Transportes (1,52%); Despesas pessoais (0,45%); Educação (0,18%) e Comunicação (0,12%). O único item que teve deflação no valor foi a saúde e cuidados pessoais (-0,65%).
A inflação do grupo ‘habitação’ foi influenciada pela crescente da energia elétrica (7,88%), respondendo sozinha por 0,35 ponto percentual da taxa do mês. A alta é explicada pela entrada da bandeira vermelha, que foi instaurada devido à crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termo elétricas, que torna a energia mais cara.
O mesmo ocorre no grupo da ‘alimentação’ em que o tomate teve 18,65% de alta no preço, e pelas carnes acumularam alta de 34,28% nos últimos 12 meses.
Com informações do Notícia Preta