
Na última quinta-feira (1º) começou o mês de outubro, quando tradicionalmente se promove a prevenção contra o câncer de mama, na famosa campanha Outubro Rosa. Porém, o alerta é voltado principalmente para mulheres cisgênero (que se identificam com o gênero que lhe foi atribuído no nascimento). Pouco se debate sobre a realidade das pessoas trans, que também podem apresentar a doença e precisam aprender a se prevenir.
Devido à marginalização social, a população trans enfrenta muitos desafios e entre eles, o acesso à saúde. Com isso, a automedicação em busca do corpo desejado é muito comum e pode causar inúmeros problemas sem acompanhamento médico especializado.
No caso de mulheres trans, o uso do estrogênio aumenta cerca de 47 vezes a chance de desenvolver o câncer de mama quando comparado aos homens cisgênero, de acordo com uma pesquisa realizada pela University Medical Center, em Amsterdã. É importante lembrar, no entanto, que a doença atinge apenas 1% dos homens cis.
Homens trans e o câncer de mama
Infelizmente, a falta de representatividade nas campanhas de conscientização também faz com que pessoas trans não procurem ou não saibam da necessidade da prevenção contra o câncer de mama, que é suscetível a pessoas de qualquer gênero.
Para um homens trans, o assunto é ainda mais sério, já que sem o uso de hormônios e a realização da mastectomia masculinizadora (retirada das mamas), o câncer de mama o atinge da mesma forma como atinge mulheres cis. Porém, especialistas alertam, mesmo com a realização da mastectomia, o risco de desenvolver a doença não acaba.
Quando submetidos a mastectomia bilateral, o autoexame para detecção de alterações deve ser incentivado, assim como consultas periódicas se risco genético hereditário for identificado.
Por isso, é tão importante ao Ministério da Saúde e secretarias promovam campanha educativas que foquem em todos os públicos, de forma mais inclusiva possível.