
Nesta quarta-feira (20), a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse em sua primeira coletiva que novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem planos de ligar para vários aliados internacionais nos próximos dias, mas o Brasil não será uma prioridade.
“Não há data para conversas com o Brasil”, disse Psaki, em resposta à repórter Raquel Krähenbühl da Globo News, antes de observar, porém, que a agenda ambiental será uma das prioridades do novo governo. “Teremos mais o que falar sobre o Brasil nos próximos meses”, concluiu.
Desde sua campanha, o democrata vem se posicionando a favor de uma economia verde, ou seja, contrário à política do presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Em setembro, Biden chegou a afirmar que o Brasil sofreria “consequências econômicas” caso a devastação da Amazônia continuasse.
“A Floresta Amazônica no Brasil está sendo destruída, arrancada. Mais gás carbônico é absorvido ali do que todo carbono emitido pelos EUA. Eu tentarei ter a certeza de fazer com que os países ao redor do mundo levantem US$ 20 bilhões e digam (ao Brasil): ‘Aqui estão US$ 20 bilhões, pare de devastar a floresta. Se você não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas'”, disse Biden em entrevista.
Recuo de Bolsonaro e aceno a Biden
Após ser um dos últimos líderes a reconhecer a vitória do democrata, Bolsonaro buscou nesta quarta, dia da posse, a reconciliação. Pelo Twitter, o presidente cumprimentou Biden e informou que havia enviado uma carta ao líder americano na qual expôs sua “visão de um excelente futuro para a parceria Brasil-EUA”.
Carta contraditória
O teor da carta publicada, no entanto, contradiz com ações adotadas pelo governo federal, incluindo ataques ao próprio Biden quando este falou sobre a devastação na Amazônia.
No texto, Bolsonaro dedicou-se a lembrar acordos econômicos entre os EUA e o Brasil e exaltou a relação entre os dois países. Ele também mencionou “ameaças à democracia”, sem citar suas desconfianças ao sistema eleitoral americano — e também ao brasileiro.
“Estamos prontos, ademais, a continuar nossa parceria em prol do desenvolvimento sustentável e da proteção do meio ambiente, em especial a Amazônia, com base em nosso Diálogo Ambiental, recém-inaugurado. Noto, a propósito, que o Brasil demonstrou seu compromisso com o Acordo de Paris com a apresentação de suas novas metas nacionais”, diz trecho da carta.
Durante a campanha presidencial, em setembro de 2018, Bolsonaro chegou cogitar a possibilidade de deixar o Acordo de Paris caso fosse eleito, após o seu aliado, ex-presidente Donald Trump, informar que os EUA sairia do tratado.
Com informações do jornal O Globo e do portal UOL
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