
Por Plinio Teodoro
No mesmo pedido em que solicitou o bloqueio dos repasses a 14 sites bolsonaristas que propagam fake news, a Polícia Federal pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que autorizasse a desmonetização das contas no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube em nome de Jair Bolsonaro e dos seus filhos Carlos, Eduardo e Flávio.
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No entanto, o corregedor-geral do TSE, Luis Felipe Salomão, negou o pedido em relação ao clã presidencial e parlamentares próximos a ele, como Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP) e Daniel Silveira (PSL-RJ). A informação é da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
O pedido é parte do inquérito que investiga a live feita por Bolsonaro, com retransmissão pela TV Brasil, onde o presidente teria dito que provaria a fraude nas eleições.
No vídeo, no entanto, Bolsonaro só ressaltou que não tinha prova alguma sobre as denúncias que continua a repetir sobre o sistema eleitoral.
No pedido, a PF diz que o presidente e os filhos usam as redes para difusão dos conteúdos sobre fraude eleitoral em um processo de “dupla sustentação” no qual os canais “que repercutem as insinuações ganham com o número de visualizações geradoras da monetização” e a narrativa falsa disseminada sobre as irregularidades se fortalece “pela multiplicidade de canais que reiteram a mensagem”.
O ministro Salomão determinou nesta segunda-feira (16) a suspensão do financiamento por monetização de canais e perfis bolsonaristas que difundem fake news sobre o sistema eleitoral. Entre os “desmonetizados” estão Terça Livre, Jornal da Cidade Online e o blogueiro Oswaldo Eustáquio.
Salomão apontou que “de fato existe uma rede vasta, organizada e complexa para contaminar negativamente o debate político e estimular a polarização”.
“A suspensão dos pagamentos das plataformas de redes sociais às pessoas e páginas indicadas (itens “a” e “b” do pedido), que comprovadamente vêm se dedicando a propagar desinformação, afigura-se razoável e efetiva porque, em tese, retira o principal instrumento utilizado para perpetuar as práticas sob investigação, qual seja, o estímulo financeiro”, afirmou.