
No primeiro comício da campanha, realizado nesta quinta (18) em Belo Horizonte, o candidato a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que a vitória de sua chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin será “uma nova independência” para o Brasil.
No palanque, montado na Praça da Estação, no centro da capital mineira, Lula falou por cerca de 20 minutos e ressaltou que esta não é uma campanha “normal” e que não se trata de um partido contra o outro. “O que está em jogo, neste instante, é a democracia contra o fascismo; a democracia ou a barbárie”, ressaltou.
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O candidato disse é preciso “consertar” o Brasil para que os pobres “voltem a comer, trabalhar e andar de avião”. “Queremos que nossos meninos trabalhem e estudem. Não queremos que a mulher continue a ser tratada como objeto de cama e mesa. Queremos que a mulher seja objeto da história e possa fazer o que quiser. E, para isso, ela tem de ganhar o mesmo salário de um homem que faça a mesma função.”
Sem citar o nome do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), Lula criticou a postura do líder do Executivo diante das mulheres, negros e em situações como a pandemia da Covid-19.
“É heresia falar o nome de Deus em vão, como vem falando esse cidadão de quem não quero falar o nome. Esse cidadão está mais para fariseu do que para cristão. Ele não respeita ninguém. Não respeita mulher, não respeita negro. Não respeitou sequer as 680 mil vítimas da pandemia.”
Lula fez questão de pontuar as diferenças entre ele e o atual presidente. “Nós estamos enfrentando uma pessoa que acha que a polícia tem que matar, e não prender; uma pessoa que acha que tem que vender arma, e não vender livro, uma pessoa que acha que tem que estimular o ódio, e não o amor, exatamente o contrário do que nós queremos”, afirmou.
Durante todo o ato, milhares de pessoas assistiram às falas do petista, que aproveitou o momento para exaltar a gestão de Alexandre Kalil (PSD) à frente da prefeitura de BH.
Kalil, que é postulante ao cargo de governador de Minas Gerais, afirmou que os adversários de Lula têm “medo” da possível volta do petista ao governo federal e criticou o governador Romeu Zema (Novo), com quem disputa o pleito estadual.
Lula fez referência a Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, que morreu enforcado, para defender a “nova independência”.
“Se em 1792 eles esquartejaram, cortaram a carne, salgaram e penduraram em um poste para que nunca mais lembrasse de independência, quero que os esquartejadores saibam: estamos de volta para fazer uma nova independência neste país. Uma independência que garanta a dignidade, o respeito e a harmonia do nosso povo”, disse o candidato.