
O policial militar Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos, um dos dois envolvidos na morte do homem negro espancado na noite desta quinta-feira (19) em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, não tinha o registro para atuar como segurança, informou a Polícia Federal.
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Segundo nota oficial, é necessário ter a carteira nacional do vigilante para fazer “a abordagem ativa de contenção”. Além disso, é vedado por lei o exercício de qualquer outra atividade remunerada.
João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado por mais de 5 minutos e morto por dois homens brancos na véspera do Dia da Consciência Negra. O motivo da agressão teria sido um gesto para uma fiscal de caixa, que chamou os seguranças.
Além do PM, o outro detido é o segurança Magno Braz Borges, de 30 anos. Ele tem a carteira nacional do vigilante, mas não consta no banco de dados com vínculo à empresa que prestava serviço ao supermercado e terá o registro suspenso, de acordo com a PF.
A PF ainda confirma que a empresa de segurança responsável pelo supermercado tem cadastro regular e foi fiscalizada em agosto deste ano.
‘Ele me pediu ajuda’
A mulher de João, que estava presente no momento do crime, disse que tentou ajudar o marido, mas foi impedida pelos seguranças. “Eu estava pagando no caixa, daí ele desceu na minha frente. Quando eu cheguei lá embaixo, ele já estava imobilizado. Ele pediu: ‘Milena, me ajuda’. Quando eu fui, os seguranças me empurraram”, afirmou ela.
João Alberto deixa quatro filhos – um do primeiro casamento e três do segundo. Com Milena, que vivia com ele há cerca de 9 anos, só tinha uma enteada.
Com informações do G1