
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estaria associando a liberação de recursos de emendas parlamentares para garantir a eleição de seu candidato, Arthur Lira (PP-AL), que deve oficializar nesta quarta-feira (9) seu nome para disputar a presidência da Câmara.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, integrantes de partidos do centrão foram orientados a buscar Lira para definir a liberação de verbas acertadas na aprovação do PLN 30, projeto de lei que abriu crédito suplementar de quase R$ 6,1 bilhões a oito ministérios.
A investida se dá principalmente em partidos não alinhados diretamente ao governo, como PTB e PROS. Embora o presidente do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, seja próximo de Bolsonaro, o fato do partido ter deixado o conjunto de siglas aliadas ao deputado do PP colocou em xeque o seu voto.
Isso porque o PSL, que articulou a criação do novo bloco com PTB e PROS, tem um candidato próprio, Luciano Bivar (PE). Além disso, o partido estaria negociando a entrada no grupo de legendas ligadas ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Essa indefinição fez o PTB, que tem 10 deputados, ser disputado pelos pré-candidatos.
Procurado pela Folha, Jefferson negou ter recebido como condição do Planalto para a liberação de emendas o voto no deputado do PP, mas afirmou que apoiará Lira a pedido do governo.
“Nós, o PTB, vamos apoiar o Lira a pedido do governo. Não existe negociação de emendas para votar no Lira. Isso seria chantagem”, afirmou. Em caráter reservado, integrantes do PROS também negaram.
Grupo de Maia
Para acirrar ainda mais a sucessão na Câmara, o grupo que orbita Maia também pretende formalizar, nesta quarta-feira (9), o bloco de siglas que vão encampar uma candidatura do grupo, cujo nome ainda não foi definido.
O grupo conta com o apoio de cerca de 160 deputados. Formam o grupo parlamentares de partidos como PL, Solidariedade, Avante, PSD, Patriota, PSC e, segundo integrantes, o PTB.
A eleição na Câmara acontece em fevereiro de 2021.
Com informações da Folha de S. Paulo