
A crise com o Congresso iniciada na última quarta-feira (24) por Filipe Martins não é a primeira protagonizada pelo assessor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou reportagem do jornal O Globo. Alvo de indignação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após aparecer, durante uma sessão da Casa, fazendo um gesto supremacista, Martins já criou conflitos com deputados e militares do governo.
Protegido pelo filho 02 do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Martins tem pouco mais de dois anos de trabalho no Palácio do Planalto e integra da chamada “ala ideológica” do governo. Na sua lista de conflitos, há grandes nomes como o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), de quem já levou uma bronca por publicações on-line, segundo a revista Época, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno.
Além dos militares, o assessor presidencial esteve em intrigas públicas com os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselman (PSL-SP). O parlamentar chegou a citar o assessor em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos operadores do chamado “gabinete do ódio”, a suposta milícia digital bolsonarista.
Senado e esquerda cobram afastamento
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a cúpula do Senado fez chegar a Bolsonaro o recado de que considerou inaceitável a conduta de Filipe Martins durante a sessão, o que convenceu o presidente de que dificilmente conseguirá manter seu aliado no posto.
Pela proximidade com os seus filhos, no entanto, Bolsonaro não pretende afastá-lo por completo. No momento, o mandatário busca uma saída para realocá-lo em outra assessoria ou mesmo fora da Esplanada para que não comentem o fato de permanecer no seu ciclo um supremacista.
Pelas redes sociais, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) defendeu o afastamento imediatamente de Martins do cargo e ainda pediu que ele seja investigado pelo gesto protagonizado no Senado. “Não podemos permitir que instituições virem palco para nenhum aceno à violência”, afirmou.
Com informações do jornal O Globo