O Ministério Público Federal (MPF) também informou que abriu investigação sobre a operação “Furna da Onça”

A Corregedoria da Polícia Federal abriu procedimento para vai ouvir os delegados e policiais que participaram da operação “Furna da Onça” e apurar a denúncia feita pelo empresário Paulo Marinho (PSDB) de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi informado da operação cerca de um mês antes de sua deflagração.
Serão ouvidos a delegada Xênia Soares, presidente do inquérito na PF, e os policiais que trabalharam na investigação que apurava a movimentação atípica de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Entre eles, estava Fabrício Queiroz, então chefe da segurança de Flávio, com uma movimentação de R$ 1,2 milhão.
Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Marinho disse que Flávio foi avisado por um delegado da PF que Queiroz e sua filha seriam investigados antes do segundo turno das eleições de 2018.
Xênia Soares é delegada desde 2009 e também atuou na Operação “Cadeia Velha”, em novembro de 2017, responsável pela prisão de Jorge Picciani, então presidente da Alerj, e os deputados estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi. Na ocasião, a “Cadeia Velha” teve comando na PF de Alexandre Ramagem.
Contradições
Ao anunciar a investigação no domingo (17), a PF informou que já tinha sido realizada uma investigação para apurar vazamentos na operação depois que uma nota do colunista Ascânio Seleme, em dezembro do ano passado, que relatou parte do episódio mencionado por Marinho. A investigação concluiu que não houve vazamentos, porém, diante das declarações de Marinho, foi aberto um novo procedimento.
Além disso, segundo o relato de Marinho, o delegado da PF teria dito que a Furna da Onça foi adiada em um mês para não prejudicar a campanha de Jair Bolsonaro. Integrantes da investigação dizem que essa seria outra contradição uma vez que a manifestação do MPF para a operação foi entregue no dia 16 de outubro de 2018 e os mandados, um total de 45, foram expedidos em 31 de outubro de 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Desse modo, a ação foi deflagrada apenas em 8 de novembro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a Polícia Federal colhesse o depoimento do empresário Paulo Marinho e de Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, no inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro no órgão.