
A Polícia Federal intimou a líder indígena Sonia Guajajara, uma das coordenadoras executivas Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), para depor em inquérito aberto a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com a Apib, Guajajara foi intimada a depor na última segunda-feira (26). O órgão acusa a ativista e a entidade de suposta difamação contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) e divulgação de dados falsos sobre o coronavírus em razão da websérie “Maracá”, que aborda violações contra os povos indígenas na pandemia da Covid-19.
“Os discursos carregados de racismo e ódio do Governo Federal estimulam violações contra nossas comunidades e paralisa as ações do Estado que deveriam promover assistência, proteção e garantias de direitos. E agora, o Governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos.”
Apib
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Povos indígenas afetados pela Covid-19
A Apib frisa que mais da metade dos povos indígenas foram diretamente atingidos pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1059 mortos. Guajajara afirmou durante uma live que a ‘tentativa de criminalizá-la é “patética”.
“O governo [Bolsonaro] é que tem que responder por todos os atos que está cometendo contra os povos indígenas. Por toda sua omissão e sua negligência. Justamente no mês de abril, que sempre foi um mês que esperávamos um pacote de bondades de governos anteriores, nós somos premiados com esse pacote de tentativa de silenciamento e intimidação.”
Sonia Guajajara
Socialistas apoiam Guajajara
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), apoiou a líder indígena pelas redes sociais. “Lamentável que o governo Bolsonaro se empenhe tanto em perseguir opositores no lugar de proteger povos indígenas”.
O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AM) também expressou seu apoio à Sonia Guajajara. O parlamentar endossou a incapacidade do governo Bolsonaro de conviver com as pressões da sociedade democrática e a resistência dos povos originários.
Com informações do Estado de S.Paulo e Revista Época