
O filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan, foi intimado pela Polícia Federal (PF) para depor no inquérito que investiga o pagamento de propina por empresários com interesses na administração pública. Ele deve prestar depoimento ainda nesta semana.
A investigação tramita na Superintendência da PF do Distrito Federal. O documento do inquérito aponta que Jair Renan é associado com outras pessoas “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”.
As suspeitas sobre o filho 04 do presidente envolvem a utilização da empresa de eventos dele, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Segundo a PF, o grupo empresarial tem interesses junto ao governo federal e presenteou, em setembro do ano passado, Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas do conglomerado, se reuniu com Rogério Marinho.
Outros alvos da investigação também devem ser ouvidos nesta semana. A PF deve produzir o relatório final para apontar se houve cometimento de crime por parte do filho mais novo do presidente.
Freixo acionou MPF por troca de delegado que investigava Jair Renan
Em setembro, o líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), acionou o Ministério Público Federal (MPF) pedindo investigação sobre a troca promovida por Paulo Maiurino, diretor da Polícia Federal, na Superintendência Regional da PF no Distrito Federal, responsável pelas investigações contra Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 de Jair Bolsonaro.
“Acionei o MPF p/ questionar a troca do delegado que comanda a PF no DF, onde estão casos de interesse da família Bolsonaro, como a investigação sobre fake news, ataques à urna eletrônica, organização de atos golpistas e tráfico de influência de Jair Renan”, declarou Freixo.
Edição extra do Diário Oficial da União na noite desta sexta-feira (8) confirmou a dispensa da função do delegado Hugo de Barros Correia e designou para o cargo de superintendente regional da PF no Distrito Federal o delegado Victor Cesar Carvalho dos Santos.
O delegado será responsável por coordenar os núcleos investigativos onde Jair Renan responde por tráfico de influência e lavagem de dinheiro por fazer lobby por um grupo empresarial do setor de mineração.
A superintendência do DF também é responsável pelas demandas do inquérito das fake news, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como alvo a milícia virtual que propaga fake news e discurso de ódio pró-Bolsonaro nas redes.
Segundo reportagem de Fausto Macedo, no jornal O Estado de S.Paulo, Maiurino cortou o diálogo com Hugo de Barros desde a operação que teve como alvo o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O diretor da PF estava descontente com o delegado por não ser informado antecipadamente sobre as ações que seriam desencadeadas na superintendência. A troca teve aval do ministro da Justiça, Anderson Torres.
Com informações do Correio Braziliense