
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (8) mais um aumento de combustíveis. A partir desta terça-feira (9), a gasolina vendida pelas refinarias da estatal subirá 8,8% e o diesel, 5,5%. Com esse sexto reajuste em 2021, as altas acumuladas no ano são de 54% e 42%, respectivamente, segundo cálculo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Segundo a estatal, a partir desta terça o litro da gasolina em suas refinarias passará a custar, em média, R$ 2,84, ou R$ 0,23 a mais do que o valor vigente até esta segunda. O diesel será vendido por R$ 2,86 por litro, alta de R$ 0,15.
Sem auxílio emergencial e em meio ao pior momento da pandemia Covid-19 no Brasil, a sequência de altas é mais um dos problemas que vêm derretendo a aprovação do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Na tentativa de demonstrar alguma solução, o presidente anunciou, no dia 19 de fevereiro, a substituição no comando da Petrobras. Desde então, mais dois reajustes foram anunciados pela estatal, ainda sob a gestão de Castello Branco.
Em nota, a empresa diz que “os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos, associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais”.
A política de Preços de Paridade de Importação (PPI), adotada pela Petrobras em 2016, prevê reajustes no Brasil à medida que a cotação sobe no mercado internacional. Se o PPI continuar sendo perseguido, é possível que nova alta ainda venha pela frente.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, diz que, mesmo com esses aumentos, os preços no Brasil ainda estão inferiores aos do mercado internacional.
“Com os aumentos anunciados hoje, as defasagens médias em relação aos preços de paridade para importações cairão para R$0,05 por litro, para gasolina, e R$0,10 por litro para o diesel”, afirmou Araújo.
A visão do coordenador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Rodrigo Leão, no entanto, é de que a Petrobras tem acelerado radicalmente o reajuste dos preços dos derivados. “Não há uma mudança estrutural no mercado global que explique essa aceleração”, afirmou.
Com informações da Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo