
Em entrevista concedida na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na tarde deste domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a decisão sobre trocar ou não o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, cabe ao novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
O presidente foi questionado sobre a questão duas vezes e respondeu: “Pergunta para o Adolfo Sachsida.” Ele reafirmou que o ministro tem “carta branca” sobre a decisão de substituir ou não Mauro Coelho, que está no cargo há um mês.
Na última quarta-feira, Bolsonaro demitiu o o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o substituiu por Sachsida. Este último é ex-assessor especial do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Determinado a descolar sua imagem dos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis, Bolsonaro passou a se queixar constantemente da Petrobrás. Ele já demitiu dois presidentes da empresa – Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna – e segue exigindo a redução no preço dos combustíveis.
No entanto, Bolsonaro não faz nenhuma menção a um dos principais motivos do aumento – a alta dos preços internacionais do petróleo e do dólar.
Desde 14 de abril, quando José Mauro Ferreira Coelho assumiu o cargo, houve um reajuste de 8,9% no preço do diesel. E mais uma vez se esquivando da responsabilidade, Bolsonaro disse:
“Deixo bem claro: todos os meus ministros, todos, sem exceção, eu dou carta branca para fazer valer aquilo que ele achar melhor para o seu ministério para atender à população.”
Bolsonaro falou sobre o assunto enquanto voltava de passeio de moto até a Feira dos Importados, localizada no Guará, no Distrito Federal, onde foi recebido por apoiadores.
“Por favor, Petrobras não quebre o Brasil. A margem de lucro deles, eu falei, é um estupro”, disse. Bolsonaro voltou a dizer que os preços poderiam ser reduzidos se o conselho da empresa assim o decidisse.
No entanto, a política de preços dos combustíveis da Petrobras leva em conta a variação do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
“A PPI [política de paridade de preços] não é uma lei, é uma resolução do conselho. Se o conselho achar que deve mudar, muda. Mas não pode a população como um todo sofrer essa barbaridade, porque atrelada ao preço dos combustíveis está a inflação”, disse Bolsonaro.