
Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), defende lockdown de três semanas e vacinação diária de 1,5 milhão de pessoas para conter a pandemia. O epidemiologista responsável pela EpiCovid, uma das maiores pesquisas epidemiológicas sobre Covid-19 no Brasil e no mundo, concedeu entrevista exclusiva ao Socialismo Criativo.
Uma das vozes críticas à política de enfrentamento à pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 24 de junho Hallal falou à CPI da Pandemia no Senado. Afirmou que cerca de 400 mil mortes pela doença no país poderiam ter sido evitadas caso medidas de controle, como o distanciamento social e a celeridade na vacinação, tivessem sido implementadas no país.
Neste sábado (3 de julho) o Brasil alcançou 523.699 mortes por covid desde o início da pandemia. Pelas redes, Hallal comentou a alarmante situação brasileira.
Confira a entrevista
Pesquisa de Hallal teve financiamento interrompido
A pesquisa coordenada por Hallal teve o financiamento público interrompido ao fim da gestão de Luiz Henrique Mandetta como ministro da saúde. O estudo tem como objetivo estimar o percentual de infectados pela Covid-19, avaliar a velocidade de expansão da infecção, fornecer indicadores precisos para cálculos da letalidade e determinar o percentual de infecções assintomáticas ou subclínicas. O estudo também levanta dados sobre as práticas de distanciamento social dos indivíduos.
No estudo nacional, foram realizadas três fases de testes em 133 cidades no Brasil, entre 14 de maio e 24 de junho. O financiamento do Ministério da Saúde, no entanto, segundo Pedro Hallal, foi interrompido após a apresentação de resultados da pesquisa.
Um fato emblemático foi a censura a um slide específico da apresentação de Pedro na coletiva de imprensa que divulgou os resultados do estudo até aquele ponto no Palácio do Planalto. O slide em questão mostrava a diferença no número de infectados por grupos étnicos.
