
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) alterou os protocolos de investigação de feminicídio, tornando-os mais inclusivo. A mudança incluiu mulheres trans e travestis, que agora passam a contar com o serviço de acolhimento e investigação da instituição, segundo o Correio Braziliense.
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Relator da comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Feminicídio, na Câmara Legislativa, o deputado distrital Fábio Felix (PSOL) considerou a atualização dos protocolos uma “grande conquista”.
“A mobilização das mulheres trans e travestis, além do trabalho da CPI do Feminicídio renderam importante fruto. A partir de agora, os assassinatos de mulheres transgênero poderão ser investigados como feminicídio pela PCDF”, ressaltou.
Em julho deste ano, coletivos de mulheres transgênero do DF já tinham protestado em frente ao complexo da PCDF, no Sudoeste, para pedir respeito durante os atendimentos. O grupo entregou uma carta ao diretor-geral da instituição, Rodson Cândido da Silva, com todas as solicitações.
Entre as mudanças exigidas, constava o pedido para que todos os homicídios e tentativas de assassinato de mulheres trans e travestis fossem inicialmente considerados feminicídio ou tentativa de feminicídio.
Para Lucci Laporta, ativista do coletivo Trafem, a decisão favorável a um grupo tão marginalizado representa uma vitória.
“Vemos isso com muita felicidade. A legislação que combate a violência de gênero deve valer para todas as mulheres, sem discriminação. Em vários casos de agressão de mulheres trans, não se considerava violência de gênero. Isso demonstrava que os delegados não reconheciam que essas mulheres são passíveis de violência de gênero. Vamos continuar lutando para que as nossas especificidades sejam reconhecidas”, ressaltou.