
A briga pública ministerial esquentou nesta quarta-feira (17), após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito, em entrevista à CNN, que a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo Brasil está atrasada desde a época de Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), primeiro ministro da Saúde da era Bolsonaro, o agora crítico do governo respondeu duramente, primeiro em fala à Folha de S. Paulo e depois nas redes sociais.
“É inacreditável que o homem responsável pela economia do país esteja criando uma narrativa mentirosa para disfarçar a própria incompetência, dele e do governo do qual faz parte”, afirmou Mandetta, que chamou Guedes de “desonesto e mentiroso”.
O ministro da Economia disse mais cedo que a negociação de vacinas contra a Covid-19 está atrasada desde a gestão do ex-ministro da Saúde. “A entrega da vacina não está atrasada só agora, não”, disse Guedes nesta quarta.
“No primeiro dia, Mandetta saiu com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, criticou o economista.
Em resposta, Mandetta disse que os R$ 5 bilhões serviram à habilitação de 15 mil leitos de UTI, além de máscaras e testes, “que o governo não usou e deixou vencer”.
“Mais postos de saúde, menos postos Ipiranga”, provocou Mandetta nas redes. “Em agosto, quatro meses depois da minha saída, surgiram as primeiras propostas de laboratórios que estavam desenvolvendo vacinas e que queriam vendê-las ao Brasil”, ainda disse o ex-ministro, para desmentir Guedes.
Equívoco de Guedes
A afirmação, no entanto, é equivocada. Mandetta comandou o Ministério da Saúde até 16 de abril de 2020, quando ainda não havia vacinas disponíveis para compra no mundo inteiro.
Os primeiros imunizantes começaram a ser negociados entre junho e julho, quando os Estados Unidos, por exemplo, compraram doses da Pfizer, e o ex-ministro Eduardo Pazuello já havia assumido interinamente.
Com informações da Folha de S. Paulo