
Em mais uma tentativa de justificar a atual situação econômica e monetária do país, o ministro Paulo Guedes resolveu culpar a esquerda pela taxa de câmbio próxima à R$ 5 no Brasil. Em entrevista aos jornais espanhóis Expansión e El Mundo, ele afirmou que a alta do dólar além de ter relação com a pandemia, também é resultado de problemas políticos internos.
Para Guedes, a política brasileira foi dominada durante 30 anos pela centro-esquerda e, ao sair do poder, este grupo vendeu uma imagem negativa do país no exterior.
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Não é de hoje que o ministro da Economia de Jair Bolsonaro (sem partido) busca apontar culpados para os resultados negativos da sua gestão da pasta. No início de março do ano passado, quando o dólar já variava na faixa dos R$ 5, mesmo ainda sem os efeitos da pandemia, ele afirmou que a taxa era culpa de todos.
“Somos todos nós (responsáveis pelo dólar a R$ 5) , o congresso, o senado, a câmara, o presidente da República, os ministros, a opinião pública… Todos nós somos responsáveis”, se esquivou.
Súplica
Guedes também citou como ação positiva do governo a renovação do auxílio emergencial. Apesar da parcela proposta ser de R$ 150, valor que não é suficiente para comprar 1/3 da cesta básica brasileira, ele se mostrou orgulhoso da medida.
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“O Brasil renovou o auxílio emergencial com compromisso com o marco fiscal. Isso, ao lado da autonomia do Banco Central, mostra compromisso com a estabilidade de preços”, se gabou o ministro.
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Ao final da entrevista, Paulo Guedes ressaltou que o Brasil é um mercado de 200 milhões de consumidores e fez uma súplica ao mercado financeiro internacional na tentativa de acalmar a moeda norte-americana:
“Por favor, invistam no Brasil.”