
Após o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) se recusar a pagar a parcela do 13º salário do Bolsa Família, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), manteve o benefício no estado. Os pagamentos foram divididos em três etapas, a serem cumpridas nos meses de fevereiro, março e abril deste ano.
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De acordo com o governo, R$ 150 milhões serão injetados na economia de Pernambuco com a medida. Em entrevista coletiva, Câmara destacou a importância da medida para os mais necessitados neste momento econômico e social do país.
“O 13º do Bolsa Família de Pernambuco é a contribuição do nosso governo para buscar efetivamente dar uma renda extra à população mais pobre do nosso Estado. Diferentemente do programa do Governo Federal, que só durou um ano, aqui em Pernambuco, nós entendemos a importância da manutenção desse programa. Principalmente em um ano de pandemia, em que as pessoas tiveram que fazer restrições severas”, afirmou.
No Twitter, Paulo Câmara afirmou que quase 1,2 milhão de famílias serão beneficiadas. “Considerando que cada família tem, em média, quatro integrantes, esse número de beneficiados representa praticamente metade da população do Estado.que espera que o 13º do Bolsa Família Estadual ajude todos a atravessarem “esse período difícil e que avancemos na imunização para que possamos acelerar a retomada dos investimentos e gerar mais emprego e renda para a população”, declarou.
Pernambuco na contramão de Bolsonaro
Enquanto Pernambuco inicia o pagamento do benefício, Jair Bolsonaro tratou a questão em uma discussão pública que travou em dezembro com o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na ocasião, Bolsonaro acusou Maia de não ter votado a medida que autorizaria o pagamento do 13º do Bolsa Família aos beneficiários de todo o país. O deputado, então, foi à tribuna acusar o presidente de ter mentido, em razão do tema ter sido barrado pela própria bancada de deputados aliada ao governo.
“Mais um episódio ocorrido no dia de ontem, quando infelizmente o presidente da República mentiu em relação à minha pessoa. A narrativa de que deixei caducar a MP do 13º não vem de hoje. Então, é uma articulação conjunta para desqualificar e desmoralizar a imagem dos adversários do presidente da República. Se hoje o presidente não consegue promover uma melhora do Bolsa Família, ou uma expansão do Bolsa Família para esses milhões de brasileiros que ficarão sem nada a partir de 1º de janeiro, a responsabilidade é exclusiva dele, que tem um governo que é liberal na economia, mas não tem coragem de implementar essa política dentro do governo e principalmente no Parlamento”, afirmou Maia.
No discurso, Rodrigo Maia também citou o pronunciamento do ministro da Economia, Paulo Guedes, que assumiu que o governo não teria recursos para honrar com o pagamento, uma das grandes promessas de campanha de Bolsonaro.