
Interações positivas, com afeto, boa alimentação e ambiente favorável a descobertas são cuidados considerados fundamentais para o desenvolvimento positivo da primeira infância, fase da vida compreendida do nascimento aos seis anos de idade. Esses fatores que passam longe da realidade de muitas crianças, com a pandemia podem ser afetados, comprometendo de forma negativa a primeira infância, pela repentina mudança na convivência familiar, aponta pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).
O alerta vem do documento “Repercussões da Pandemia de covid-19 no Desenvolvimento Infantil”, elaborado por pesquisadoras do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), ligada à USP.
Com base em estudos que identificaram aumento da dependência dos pais, desatenção, problemas de sono, falta de apetite e agitação entre as crianças com a quarentena, as pesquisadoras Débora Falleiros de Mello e Anna Maria Chiesa sugerem que o “distanciamento social tem acentuado ou feito surgir algumas dificuldades funcionais e comportamentais nas crianças”.
O documento, informa o Jornal da USP, não apenas aponta apenas os possíveis danos à infância, como traz orientações às famílias, profissionais e autoridades públicas para que saibam como lidar com a situação.
Violência doméstica & primeira infância

O aumento da violência doméstica, já observado por especialistas pela necessidade de isolamento social durante a crise pandêmica, também entra na conta dos potenciais danos ao desenvolvimento infantil, em especial sobre crianças que vivem em regiões de vulnerabilidade social.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 5,4 milhões das crianças de 0 a 6 anos (28% do total) vivem em domicílios pobres, com renda mensal abaixo de R$250,00.
Rede de proteção
Mais que suporte econômico, Falleiros e Chiesa defendem a criação de uma “rede de proteção que se mova rapidamente em direção às famílias que mais precisam”. Elas dizem acreditar que políticas que atendem às famílias de gestantes, e menores de seis anos, devam ser flexibilizadas para atender necessidades específicas da primeira infância.
Conheça íntegra da pesquisa e, se desejar, faça download.