
O vírus da Covid-19 galopa no Brasil, com mais de 430 mil mortes desde o início da pandemia. Em meio à mortandade de brasileiros e brasileiras pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez passeio a cavalo pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), neste sábado (15). O chefe do Executivo cumpriu uma agenda extensa, sem usar a máscara de proteção em nenhum compromisso, além de promover e estimular aglomerações no centro da Capital.
O primeiro compromisso de Bolsonaro foi um almoço com representantes do agronegócio. O ministro Gilson Machado Neto (Turismo), o senador Marcos Rogério (DEM-RO) e os deputados federais Major Vítor Hugo (GO), líder do PSL, Helio Lopes (PSL-RJ) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) participam do almoço. Rogério é o único parlamentar usando máscara.
Depois, o presidente fez um sobrevoo de helicóptero pela área central da cidade onde estavam aglomerados centenas de apoiadores, que gritavam “eu autorizo”, enquanto o presidente acenava para eles. Não se sabe qual a autorização que os bolsonaristas concedem ao chefe do Executivo.
As manifestações conjuntas de ruralistas e da Marcha da Família Cristã pela Liberdade apoiam Bolsonaro contra o distanciamento social e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado.
Bolsonaro volta a atacar Lula e pedir por voto impresso
No ato com apoiadores, Bolsonaro voltou a atacar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). Com o adversário liderando as pesquisas de intenção de votos para as Eleições de 2022, o presidente o chamou de “bandido de 9 dedos” e disse que se o pleito do ano que vem não tiver voto auditável, o ex-presidente pode ganhar “pela fraude”.
“Se tiraram da cadeia o maior canalha da história do Brasil, se para esse canalha foi dado o direito de concorrer, o que me parece é que se não tivermos o voto auditável, esse canalha pela fraude ganha as eleições do ano que vem. Nós não podemos admitir um sistema eleitoral que é passível de fraude. E eu tenho dito se o nosso Congresso Nacional aprovar a PEC do voto auditável da Bia Kicis, e ela for promulgada, nos teremos voto impresso em 22.″
Jair Bolsonaro
O chefe do Executivo aproveitou para atacar a imprensa dizendo “apanhar 24 horas por dia” da mídia. “Mas o que esses caras não entendem é que eu sou ‘imbrochável’”, disse.
Bolsonaro derrete nas pesquisas
Enquanto eleva o discurso negacionista contra medidas sanitária para conter o avanço da Covid-19, a reprovação ao mandatário só cresce. Mais uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste sábado pela Folha de S.Paulo indica que, para 58% dos entrevistados, Bolsonaro não tem capacidade de liderar o Brasil. Para 38%, Bolsonaro é capaz; 4% disseram não saber responder.
A pesquisa ouviu 2.071 pessoas de forma presencial em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Na sexta-feira (14), o mesmo instituto divulgou pesquisa que mostra que 75% dos entrevistados avaliam que Bolsonaro demorou para comprar vacinas contra a Covid-19 e perdeu boas ofertas de imunizantes. Já 73% consideram que o governo federal transformou a pandemia em problema político, e 72% que o presidente e sua gestão agiram como se a Covid-19 não fosse grave.
Com informações do G1 e Brasil 247