
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou que, das 27 capitais do país, 25 estão com taxas de ocupação das UTIs para Covid-19 iguais ou superiores a 80%, sendo que em 15 delas a taxa supera 90%. É o maior nível de lotação no Sistema Único de Saúde (SUS) desde o início da pandemia. O anúncio foi feito na terça-feira (9).
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Quando a análise se concentra nas unidades federativas, 20 estão com a ocupação de UTIs acima de 80%, sendo 13 delas com mais de 90% das vagas preenchidas por pacientes graves da Covid-19. A ocupação é maior em Rondônia, Acre, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.
Apenas sete estados estão com a ocupação de UTIs em níveis considerados de risco médio: Pará, Amapá, Paraíba, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Seguindo padrão preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico, quando são iguais ou superiores a 80%; em zona de alerta intermediário, quando iguais ou superiores a 60% e inferiores a 80%; e fora de zona de alerta, quando inferiores a 60%.
Pela gravidade da situação, os especialistas da instituição consideram necessária a adoção de medidas de restrição de circulação mais rigorosas. Além disso, reforçam a necessidade de ações de vigilância, que incluem a testagem oportuna de casos suspeitos e seus contatos.
“Considerando o quadro atual e a situação extremamente crítica no que se refere às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19, que apontam para a sobrecarga e mesmo colapso de sistemas de saúde, os pesquisadores reforçam a necessidade de se ampliar e fortalecer as medidas não-farmacológicas, envolvendo distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos”, aponta o texto do boletim. “Nos municípios e estados que já se encontram próximos ou em situação de colapso, a análise destaca a necessidade de adoção de medidas de supressão mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais”, dizem os pesquisadores da Fiocruz.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo