
O aplicativo de mensagens Telegram, muito utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), está na mira do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pode ser proibido no país. O motivo é a preocupação da Corte com a disseminação de fake news e o fato de a plataforma ignorar as autoridades brasileiras.
Diferentemente de outros aplicativos, o Telegram não tem uma representação no Brasil. O que o impede de receber e cumprir ordens judiciais no país. Com isso, tornou-se uma ferramenta poderosa de disseminação de informações mentirosas, especialmente, por bolsonaristas.
Reportagem do Estadão revela que um grupo do Ministério Público Federal ligado ao combate de cibercrimes estão preocupados em coibir a disseminação de fake news na campanha eleitoral. Por isso, eles tem orientado os demais procuradores a respeito dos perigos do aplicativo russo que tem sede em Dubai.
A questão deve entrar na pauta de discussões do TSE tão logo termine o recesso.
Telegram ignora TSE
O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que tem atuado de maneira firme contra a disseminação de mentiras e entrou em diversos embates públicos com Bolsonaro, entrou em contato com a empresa e simplesmente foi ignorado.
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Barroso enviou ofício ao Telegram em dezembro no intuito de discutir a possibilidade de cooperação da plataforma contra a disseminação de fake news, que circula livremente pelo aplicativo. A ideia era realizar uma audiência com o fundador da empresa, Pavel Durov.
Foram ao menos quatro tentativas de contato e todas foram ignoradas.
O temor é que o Telegram seja usado para disseminação de notícias falsas, ataque a instituições e discurso de ódio. As regras de uso são frouxas e abriga usuários banidos de outras plataformas como Facebook e Twitter.
O Telegram não se movimenta sequer para conter crimes de apologia ao nazismo e de pedofilia investigados no país, afirmam os procuradores.
Terra sem lei
Bolsonaro, por exemplo, é um usuário ativo do Telegram. Em outubro, ele bateu a marca de 1 milhão de seguidores no aplicativo. E o tem utilizado como ferramenta de disseminação de fake news e ameaças à democracia.
Outra figura adepta do Telegram é o blogueiro bolsonarista foragido da Justiça brasileira, Allan dos Santos, banido de plataformas como Twitter, Facebook e Youtube. É por lá que ele segue promovendo livremente ataques às instituições e à democracia.
Com informações do Jota