
Com o fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente eleito Lula (PT) assumirá para realizar o seu 3º mandato como ocupante do Planalto. Ao lado do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), o petista comandará o Brasil acompanhado dos partidos que ajudaram na corrida eleitoral.
Uma das legendas da Frente Ampla, o PSB, contará com três ministérios e outros cargos dentro da futura gestão. A missão é trabalhar para garantir a reconstrução do país após quatro anos do governo de extrema-direita.
Mas o que esperar da atuação do PSB durante a próxima gestão? O Socialismo Criativo te explica os primeiros passos dos socialistas no governo Lula:
Geraldo Alckmin
O vice-presidente Geraldo Alckmin terá bastante trabalho: além da posição eleita, o pessebista será ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em recente entrevista a CNN Brasil, ele afirmou que a meta é alavancar a “indústria, agregação de valores, exportações e o emprego”.
Alckmin será o terceiro vice-presidente a assumir um ministério, o segundo em um governo Lula.
Com as funções, o vice terá papel importante com setores do empresariado e do agronegócio, devendo também ser um ponto de apoio na articulação com militares, em diálogo com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. O pessebista assumiu pessoalmente a dianteira da interlocução da equipe de transição com os militares, tendo conversado com alguns de alta patente, para distensionar a relação.
O ex-governador de São Paulo deverá atuar em interlocução com o setor produtivo. Segundo o relatório final da transição, o objetivo do MDIC é “reindustrializar Brasil e promover uma inserção internacional mais competitiva”. A pasta, que é recriada a partir de um desmembramento do Ministério da Economia, deve auxiliar no processo de reindustrialização do país e na transição para uma economia verde e descarbonizada.
Flávio Dino
Ex-governador do Maranhão, Flávio Dino irá assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública no próximo governo. O novo ministro já afirmou disse que é preciso discutir uma “modulação” da quantidade de armamento que já está nas mãos da população, com o objetivo de tirar de circulação, por exemplo, as armas de grosso calibre.
Enquanto coordenador do grupo técnico de Justiça, Dino também defendeu uma atuação mais restrita da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na avaliação dele, as medidas tomadas ao longo do governo Jair Bolsonaro permitiram que a instituição avançasse em atribuições que, originalmente, não caberiam à força policial.
Márcio França
Márcio França (PSB) foi escolhido como ministro de Portos e Aeroportos do novo governo Lula. Alinhado a nova gestão, o socialista deve assumir uma postura longe do entreguismo ao mercado privado adotado por Paulo Guedes.
Segundo o Valor, a orientação de dar um freio à transferência de grandes ativos do setor para a iniciativa privada. “É um novo governo. Acho que todo mundo entendeu que é uma vitória de um pensamento político. A gente não tem reservas a nada que seja privado, mas não tem como regra que tem que privatizar tudo”, declarou França.
De acordo com o novo ministro, os arrendamentos de áreas dentro dos portos organizados devem seguir em frente após avaliação da nova equipe.
A mudança de direção no setor de aeroportos se dará com o “fortalecimento” da Infraero. Em conversa com jornalistas, França afirmou que a estatal ainda é lucrativa e tem um papel estratégico para o setor. “A Infraero é uma empresa de muito histórico, num país de dimensões gigantes e que de verdade chegou até aqui fazendo muitas coisas”, disse.
Como meta para o setor de aviação, França afirmou que o país pode retomar a movimentação de passageiros da época dos primeiros mandatos de Lula e investir na aviação regional, com mais pistas de pouso e aeronaves de diferentes portes.
João Jorge Rodrigues
Indicado pela futura ministra da Cultura, Margareth Menezes, para comandar a Fundação Palmares a partir de janeiro de 2023, o baiano João Jorge é produtor cultural, dirigente carnavalesco, militante do movimento negro, advogado e mestre em direito público.
Em 1979, João Jorge Rodrigues fundou, ao lado de outros homens e mulheres, o bloco Olodum que desfilaria pela primeira vez no carnaval de 1980, em Salvador. Com isso, o pessebista faz história na Bahia e se tornou uma das principais instituições culturais do estado. Membro da diretoria desde o primeiros anos, João Jorge preside o bloco atualmente.
“A Fundação tem demandas diferentes das que tinha do passado. Hoje temos tecnologia, juventude, e vamos avançar. Vou tentar levar a experiência desses 43 anos do Olodum para que a fundação se modernize”, afirmou em entrevista ao G1.
O novo presidente terá a missão de resgatar a Fundação Palmares. O órgão sofreu anos de sucateamento do órgão e tensão política e perseguição ideológica aos representantes da cultura afro-brasileira.