
O ex-governador do Maranhão e recém-eleito senador, Flávio Dino (PSB), esteve em Brasília nesta sexta-feira (04) quando se reuniu com o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, a fim de tratarem da conjuntura política nacional e os rumos partidários para o próximo ano.
Aproveitando a visita do senador, o Socialismo Criativo conversou, de forma exclusiva, com Flávio Dino que, entre outras coisas, falou sobre como o PSB vai se organizar de um partido que sai da oposição para “a situação” do governo. Além disso, explicou sobre como pretende exercer o mandato no Senado e comentou a respeito das especulações dos últimos dias envolvendo seu nome ao possível cargo como ministro da Justiça e como indicado a uma vaga como ministro do STF.
Como fica o Brasil nessa mudança de cenário político?
“Nossa preocupação principal hoje é garantir uma transição governamental que consiga expressar o movimento que levou à vitória da chapa Lula-Alckmin. Isso implica, de uma lado, amplitude política, diálogo com a sociedade e, de outro, o mais rapidamente possível mostrar a identidade social do governo – o compromisso com os mais pobres, os que mais precisam. Então, estive conversando com o presidente Siqueira, que é o nosso representante nessa transição, para que o PSB inteiro esteja atuando nessa direção, para que o governo Lula e Alckmin consiga cumprir esses compromissos com a máxima velocidade e eficiência”.
Em relação ao futuro do PSB, como será a atuação dos socialistas a partir de 2023?
“O PSB tem um papel central no novo governo porque tem o vice-presidente da República e coordenador da transição na figura de Geraldo Alckmin. Com certeza quadros do partido estarão em tarefas do governo e, por isso mesmo, nossa contribuição vai ser muito relevante e o conjunto partidário terá um papel grande. Primeiro porque o PSB tem experiência administrativa em prefeituras e governos – o que é vital para que a máquina pública caminhe na direção certa. De outro lado, faremos a interlocução com a população para que seja possível manter a base social que nos elegeu e, também, para que possamos ampliá-la mostrando que o nosso programa vai no sentido de ser o que melhor atende aos interesses do Brasil”.
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Qual a expectativa de atuação como senador?
“No Senado estarei voltado para três pilares em especial. O primeiro será ajudar o Brasil no que se refere às políticas públicas, ou seja, combate à pobreza, combate às desigualdades sociais e regionais. Em segundo lugar, a elaboração de boas leis, bons projetos para todas as áreas, notadamente aquelas em que eu sempre atuei profissionalmente: segurança pública, justiça e cidadania. Em terceiro lugar, farei o trabalho de representação do Maranhão, garantindo que o Governo Federal olhe para o nosso estado e que os interesses do Maranhão sejam atendidos na medida do possível. Podemos realizar trocas de experiências, uma vez que o nosso estado possui ótimas referências administrativas e que são reconhecidas nacional e internacionalmente. E o nosso partido continua no comando do Maranhão com o governador Brandão, que foi reeleito, então vai ser mais fácil manter o trabalho que temos feito por lá”.
E sobre o nome “Flávio Dino” para o Ministério da Justiça ou Supremo Tribunal Federal?
“Realmente há muita especulação e eu fico acompanhando, mas é importante deixar claro que isso ainda não tem nenhuma materialidade, ou seja, nada de concreto. É claro que a lembrança do meu nome e o debate sobre essas possibilidades é sempre bom, é um reconhecimento do trabalho que tenho desempenhado. Mas neste momento ainda não há nenhum projeto nesse sentido, pois a eleição ocorreu a poucos dias. Mas o que posso afirmar é que o presidente Lula com certeza vai compor uma boa equipe e o PSB vai fazer parte dela, isso que é o ponto mais importante”.