
Nesta segunda (22), em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou se o petróleo “é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil?”. O slogan já foi ironizado pelo seu filho Eduardo Bolsonaro em 2016, quando foi defendido por partidos de esquerda.
“Não sei se rio ou se choro”, escreveu Eduardo em legenda do vídeo. Na época, a Câmara dos Deputados votava projeto de lei que desobrigava a Petrobras de participar de todos os consórcios de exploração dos campos do pré-sal.
“Parece brincadeira, né. Mas aqui, a gente está discutindo pré-sal e olha só de qual partido que são os deputados que tão bradando aí ‘o petróleo é nosso, a Petrobras é nossa’. Vou até dar zoom se não vocês não acreditam: o pessoal do PT e agora o PSOL, orientando no mesmo sentido”, disse o parlamentar no vídeo.
Há pouco mais de um ano, Eduardo também exaltava, no Twitter, a decisão de Omã, nos anos 70, de permitir que empresas estrangeiras explorassem petróleo no país.
“Depois disso o país passou a ter uma das moedas mais fortes do mundo, boa qualidade de vida e etc.”, postou o deputado. “Até quando aqui no Brasil gritaremos ‘o petróleo é nosso?’ Será que até mudarem a matriz energética mundial?”

Contrariando o posicionamento do seu filho, Bolsonaro relembrou a famosa frase do governo de Getúlio Vargas para defender sua intervenção na estatal. Na sexta-feira (19), o presidente indicou o general Joaquim Silva e Luna como novo presidente da petroleira. Se confirmado pelo conselho de administração da companhia, ele substituirá Roberto Castello Branco.
A repercussão negativa da intervenção levou à venda das ações da Petrobras, fazendo o preço do papel mergulhar e contaminar negativamente ações de empresas brasileiras de modo geral, mas especialmente as de estatais.
O montante de perdas acumuladas até agora é quase o dobro do valor que a própria Petrobras declarou em danos causados pela corrupção e que foram revelados pela Operação Lava Jato, em 2014. Na época, a empresa estimou o prejuízo de R$ 50,8 bilhões – R$ 6,2 bilhões com propinas e outros R$ 44,6 bilhões com investimentos nos projetos investigados na força-tarefa.
Com informações da Folha de S. Paulo