
Em coluna para o Le Monde Diplomatique, o doutor em geografia, filosofia e ciências humanas Elias Jabbour destrincha a compilação de pensamentos ‘Sopa de Wuhan’, um texto sobre o mundo do entre e pós-pandemia do coronavírus Covid-19, através das lentes de um pensamento crítico de esquerda.
Segundo Jabbour, o documento assinado por intelectuais badalados como David Harvey, Slavoj Zizek e Alain Badiou, evidencia um eurocentrismo cujos graves limites de análise são inversamente proporcionais à sua aceitação no seio da esquerda brasileira. Ele também cita sobre o esforço de todos esses renomados intelectuais em exilar a China como parte fundamental do mundo pós-pandemia
“A China está conseguindo resistir a um vírus mortal com razões a serem esclarecidas e postas à disposição da sociedade. Por tais razões, advogo que uma nova, avançada e poderosa engenharia social emerge na China como desenvolvimento de capacidades estatais mediadas por um arcabouço político e institucional de novo tipo”, afirma.
Leia aqui o texto completo.
A sopa de Wuhan
Disponível somente na língua espanhola, o livro “Sopa de Wuhan – Pensamiento Contemporáneo en Tiempos de Pandemia” foi publicado pela editora Pablo Amadeo com o apoio da Editorial Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio (Aspo).
A obra aborda a necessidade de repensarmos a vida e as sociedades em 2020.
O e-book gratuito, distribuído via redes sociais, é uma compilação de textos jornalísticos, ensaísticos e filosóficos de vários pensadores, todos em língua espanhola, escritos a partir de fevereiro. Os textos, além de tentarem organizar a linha do tempo dos debates sobre a Covid-19, também procuram pensar nas polêmicas da doença e no futuro pós-contágio.
O título irônico brinca com a polêmica sem fundamento científico que atribuiu a origem do vírus ao fantasioso ensopado de morcego.