
Uma pesquisa feita pelo jornal Washington Post e rede ABC divulgada neste domingo (11) apontou que o democrata Joe Biden segue à frente do republicano e atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na corrida eleitoral do país. A diferença entre os dois agora é de 12 pontos, com Biden registrando 54% das intenções de voto, contra 42% do atual mandatário.
A pouco mais de três semanas das eleições, a campanha americana tem sido um período tumultuado, marcado por episódios como o primeiro debate presidencial e a hospitalização do republicano após ele ter sido infectado com o coronavírus. Os eleitores estão aparentemente imunes às notícias e controvérsias das últimas semanas, segundo a pesquisa.
O levantamento reflete o status do voto popular e não as disputas estado por estado pelos 270 votos eleitorais necessários para ganhar a presidência.
“Imunidade” e insinuações
Ontem, o presidente norte-americano voltou a afirmar que está “imune” à Covid-19, um dia após o seu médico ter afirmado que já não há o risco de transmitir o vírus. “Parece que estou imune, por, não sei, talvez por muito tempo, talvez por pouco tempo, talvez para toda a vida. Ninguém sabe realmente, mas estou imune”, afirmou em declarações por telefone à Fox News.
“Agora têm um presidente que por ter imunidade [ao vírus], não precisa de se esconder no subsolo como o seu adversário”, acrescentou, referindo-se ao concorrente.
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A questão da imunidade à Covid-19 ainda está rodeada de incertezas, não se sabe com precisão o grau de proteção dos anticorpos, nem a duração dessa imunidade.
Nas declarações à Fox News, Trump também insinuou que Biden pode estar doente.”Se olharem para o Joe, ele ontem tossia muito, depois agarrava a máscara (de proteção), depois tossia”, disse.”Não sei o que é que isso quer dizer, mas a imprensa não falou muito do caso”, acrescentou.
Apoios e rejeições
Na última sexta (11), Trump recebeu um apoio incomum para sua campanha à reeleição: o movimento fundamentalista islâmico Talibã, que atualmente lidera uma insurgência no Afeganistão. “Esperamos que ele (Trump) ganhe as eleições e acabe com a presença militar dos EUA no Afeganistão”, disse Zabihullah Mujahid, porta-voz do grupo à rede americana CBS News, em entrevista por telefone.
“Achamos que a maioria da população americana está cansada da instabilidade, dos fracassos econômicos e das mentiras dos políticos e confiará novamente em Trump porque Trump é decisivo, pode controlar a situação dentro do país. Outros políticos, incluindo Joe Biden, entoam slogans irreais”, acrescentou Mujahid, segundo a emissora.
Após a divulgação das entrevistas no sábado, a campanha de Trump rejeitou publicamente o apoio do grupo. “O Talibã deve saber que o presidente sempre protegerá os interesses americanos por qualquer meio necessário”, disse Tim Murtaugh, porta-voz da campanha de Trump, à CBS News.
Greta e o apoio a Biden
No mesmo dia, a ativista ambiental Greta Thunberg declarou apoio à candidatura do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos, incentivando os eleitores preocupados com o meio ambiente a fazerem suas vozes serem ouvidas na eleição no país. A sueca de 17 anos afirmou em um tuíte que ela nunca se engaja em disputas políticas, mas que “a eleição nos EUA está acima disso tudo”.
“Do ponto de vista do clima, está longe de ser suficiente e muitos de vocês, é claro, apoiam outros candidatos. Mas, quero dizer … vocês sabem … droga! Basta se organizar e fazer com que todos votem em #Biden”, escreveu ela.
Thunberg, que disparou um movimento global de protesto em defesa do meio-ambiente em 2018 contra as mudanças climáticas, pode encorajar a participação de muitos eleitores jovens, menos propensos a votarem em candidatos mais velhos.
Com informações da Folha de S. Paulo, Reuters e Deutsche Welle Brasil