
O Prêmio Nobel de Química de 2021 foi concedido à duas pesquisas semelhantes, conduzidas de maneira independente, que chegaram à criação da organocatálise assimétrica para a geração de moléculas. Segundo a Fundação Nobel b , o novo mecanismo, desenvolvido no ano 2000, colaborou para tornar a indústria química mais ‘verde’.
O alemão Benjamin List, que trabalha no Instituto Max Planck (Alemanha), e o britânico David W.C. MacMillan, da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA), foram os responsáveis pelos estudos e vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões na cotação do dia).
A indústria depende da geração de moléculas para a criação de diversos materiais, e esse processo exige catalisadores químicos, que aceleram e controlam as reações. A organocatálise criada pelos dois pesquisadores consegue fazer isso de forma relativamente fácil e barata, e ainda gerando resíduos menos agressivos para o ambiente.
“Este conceito para catálise é tão simples quanto óbvio, e o fato é que muitas pessoas se perguntaram como não pensamos nisso anotes”, afirmou Johan Aqvist, chefe do Comitê de Química do Nobel, em um comunicado da instituição.
Neste ano, os premiados em cada categoria recebem uma medalha, um diploma e dividem um prêmio de 10 milhões de coroas suecas. Sediada na Suécia, a Fundação Nobel já distribuiu mais de 600 prêmios nas áreas de Medicina, Física, Química, Literatura e esforços pela paz desde 1901.
Leia também: Governo abriu mão de ter sensores baratos e eficazes para detecção precoce de covid no SUS
10 últimos vencedores do Prêmio Nobel de Química
Confira a lista dos vencedores das últimas dez edições do Prêmio Nobel de Química, concedido hoje pelo Comitê Nobel da Real Academia de Ciências da Suécia ao alemão Benjamin List e ao americano David MacMillan.
2021: Benjamin List (Alemanha) e David MacMillan (Estados Unidos), pelo “desenvolvimento da organocatálise assimétrica”, uma nova ferramenta de construção de moléculas que tornou a Química mais “verde” e melhorou a pesquisa farmacêutica.
2020: Emmanuelle Charpentier (França) e Jennifer Doudna (EUA), por suas pesquisas sobre “tesouras moleculares”, um avanço “revolucionário” para modificar genes humanos e, de alguma forma, reescrever o DNA, que pode ajudar a desenvolver novas terapias contra o câncer e tornar realidade o sonho de curar doenças hereditárias.
2019: John Goodenough (Estados Unidos), Stanley Whittingham (Grã-Bretanha) e Akira Yoshino (Japão), pela invenção das baterias de lítio, presentes em inúmeras tecnologias usadas do dia a dia.
2018: Frances H. Arnold, George P. Smith (Estados Unidos) e Gregory P. Winter (Reino Unido) por seus trabalhos que aplicam os mecanismos da evolução para criar novas e melhores proteínas em laboratório.
2017: Jacques Dubochet (Suíça), Joachim Frank (EUA) e Richard Henderson (Reino Unido) por terem desenvolvido a criomicroscopia eletrônica, um método revolucionário de observação das moléculas em 3D.
2016: Jean-Pierre Sauvage (França), Fraser Stoddart (Reino Unido) e Bernard Feringa (Holanda), pais das minúsculas “máquinas moleculares” que prenunciam os nanorrobôs do futuro.
2015: Tomas Lindahl (Suécia), Paul Modrich (EUA) e Aziz Sancar (EUA/Turquia) por seu trabalho no mecanismo de reparo do DNA, que pode levar a novos tratamentos de câncer.
2014: Eric Betzig, William Moerner (EUA) e Stefan Hell (Alemanha), pelo desenvolvimento de microscopia fluorescente de alta resolução.
2013: Martin Karplus (EUA/Áustria), Michael Levitt (EUA/Reino Unido) e Arieh Warshel (EUA/Israel), pelo desenvolvimento de modelos multiescala de sistemas químicos complexos.
2012: Robert Lefkowitz e Brian Kobilka (EUA), pelo trabalho com receptores que permitem às células compreender seu ambiente, um avanço essencial para a indústria farmacêutica.
Com informações do Tec Mundo e UOL