
No dia seguinte à passagem do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) e do atual Marcelo Crivella (Republicanos) para o segundo turno, os candidatos e partidos derrotados no domingo começaram a se posicionar sobre o duelo. Aliados na candidatura que ficou na terceira colocação, o PDT da deputada estadual Martha Rocha e o PSB, que indicou o vice da chapa, anunciaram que não apoiarão “o candidato de Bolsonaro no Rio de Janeiro”, numa menção a Crivella.
Muito atacada pelos adversários na campanha, Martha afirmou que não apoiará nem Crivella nem Paes. Na mesma linha, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi disse que vai propor à Executiva que o partido não declare apoio a nenhum candidato no segundo turno. Presidente estadual do PSB, o deputado federal Alessandro Molon afirmou que não há chances de apoiar Crivella.
Com a divisão dos votos da esquerda, Martha (11,3%) e Benedita (11,27%) terminaram com uma diferença de menos de mil votos. Crivella garantiu a vaga no segundo turno com 21,9% dos votos, bem à frente das adversárias, mas longe da marca alcançada por Paes (37,01%).
PT e PSOL ensaiam apoio a Paes
Benedita da Silva e dirigentes do PT fluminense participaram ontem do encontro da Executiva nacional que trataria do apoio do partido a candidatos que chegaram ao segundo turno em todo o país. No Rio, a legenda já tem uma proximidade com Paes, cujo vice-prefeito em seu segundo mandato foi o petista Adilson Pires.
O ex-presidente do diretório estadual e um dos vice-presidentes nacionais Washington Quaquá defendeu em suas redes sociais o apoio ao ex-prefeito. “Segundo turno é para derrotar o indesejável. Vamos votar no Eduardo Paes porque o Rio precisa se livrar do Crivella”, postou.
Líder do Psol – cuja candidata Renata Souza obteve 3,24% dos votos e elegeu a maior bancada da Câmara, ao lado do DEM e do Republicanos, com sete vereadores – o deputado federal Marcelo Freixo afirmou que o partido pode liberar o apoio individual dos filiados a Paes, mas que a adesão dependerá da aproximação do ex-prefeito com Bolsonaro.
As primeiras declarações de Paes depois da vitória de domingo sugerem a tentativa de cortejar a esquerda. Ontem, disse que o adversário “é tão ruim que precisa de uma padrinho político” como o presidente.