
A edição deste domingo (24) do jornal The New York estampou em sua capa os nomes dos quase 100 mil cidadãos mortos no país pelo novo coronavírus. Em homenagem às 98.568 pessoas que padeceram pela doença até o momento, o diário incluiu a frase “Não são apenas nomes numa lista. Somos nós”.
Em artigo publicado na mesma edição, o diário diz que a proposta de prestar uma homenagem foi discutida internamente nas últimas semanas e partiu de Simone Landon, editora do NYT, a ideia de demonstrar, de forma gráfica, a quantidade de pessoas que haviam morrido nos últimos três meses.
“O que significa para nós como país”
Apesar da tentativa de incluir todos os nomes, a primeira página estampa, de forma solene, apenas as primeiras mil vítimas da doença. A lista continua dentro do jornal para mostrar “a perda incalculável”, frase escolhida para a manchete deste domingo.
Landon afirma que houve várias outras propostas, desde colocar 100 mil pontos na página ou outro símbolo qualquer, mas isso, disse, “não diz muito sobre quem eram essas pessoas, a vida que viveram e o que significa para nós como país”.
Foi então que surgiu a ideia de colocar os nomes, um a um, com uma pequena descrição sobre a vida destas pessoas, recolhidas de obituários que foram sendo feitos em vários jornais do país.

Alguns exemplos usados pelo NYT. “Alan Lund, 81, Washington, conductor with ‘the most amazing ear’” (Alan Lund, 81, motorista com uma incrível audição”. “Theresa Elloie, 63, New Orleans, renowned for her business making detailed pins and corsages (Theresa Elloie, 63, reconhecida por seus negócios na fabricação de pins e broches detalhados”.
40 anos
Esta foi a única capa no NYT sem uma única imagem em 40 anos. Na versão digital, é possível ver outra homenagem às vítimas. E outra vez, “não são apenas nomes. Éramos nós”.
Atualmente, os EUA são o país com o maior número de mortes e contaminações pela covid-19, com 1,5 milhão de infectados, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.