
Enquanto aguarda o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade da reeleição no comando do Legislativo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não descartou a possibilidade de tentar outro mandato. A flexibilização no seu posicionamento ocorreu durante entrevista ao jornal O Globo.
Leia também: Em carta, partidos dizem que reeleição no Congresso é ‘retrocesso democrático’
Nos últimos meses, Maia vinha participando de articulações sobre seu sucessor e afirmado que não seria candidato independente do julgamento, que pode favorecer também o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Agora, no entanto, ele preferiu dizer que se pronunciará quando o tribunal encerrar o caso.
“No meio de um processo como esse, eu preciso me resguardar, não digo uma coisa nem outra. Gosto de dar resposta para tudo. Mas no meio de um processo como esse, darei minha opinião sobre o assunto depois”, afirmou em entrevista.
Maia comentou ainda sobre a reforma tributária, que está travada na Câmara.
“No caso da reforma tributária, vamos nos mexer para ter ao menos no final do ano o primeiro turno aprovado. A única preocupação que tenho é que não vi preocupação do Senado com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) emergencial, que regulamenta os gastos do governo e garantiria o Bolsa Família. Promessa feita há um ano pelo governo.”
Antagonizando com o presidente Jair Bolsonaro nos últimos dois anos, o presidente da Câmara vem sofrendo inúmeras ameaças. Segundo ele, o governo do presidente Michel Temer o deu condições para enfrentar um ano de 2019 até meados de 2020 muito radicalizado, com muitas ameaças às instituições, ao Parlamento e ao Judiciário.
“O que passei acho que ninguém passou na política brasileira. Tive que reforçar a segurança da presidência da Câmara, a minha e a da minha família. Não foram poucas as ameaças de morte que eu e minha família recebemos”, afirmou.
Durante a entrevista, Maia também fez uma analise sobre as perspectivas para 2022, tanto no plano nacional quanto no governo do Rio, e reforçou seu apoio a uma política de “centro”.
“O caminho de centro continua aberto. O que é necessário é uma grande aliança de centro. Que haja maturidade. Acho que temos nesse campo uma grande convergência em grandes assuntos. O importante é que que consigamos discutir a questão econômica. Há nomes como (João) Doria, (Luciano) Huck, Paulo Câmara (governador do PSB em Pernambuco).”
Confira entrevista completa aqui.