
Portugal assumiu a presidência rotativa da União Europeia (UE) e demonstrou que sua preferência nos próximos seis meses será em consolidar a relação europeia com a Índia e não com o Brasil ou Mercosul. As informações são do jornal Valor Econômico.
Em 37 páginas de programa na presidência da UE, Portugal cita a Índia oito vezes, o Mercosul, duas vezes e o Brasil, nenhuma. Um representante de Portugal, no fim do ano passado, ao apresentar as prioridades portuguesas, num debate no European Policy Center, um think tank em Bruxelas, não citou o Mercosul uma só vez.
Portugal aposta em particular na possibilidade de um acordo de proteção de investimentos entre a UE e a Índia. Para isso, os europeus vão realizar uma cúpula com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi em maio, na cidade do Porto.
Apesar de a parceria estratégica com a UE prever uma cúpula a cada ano, não há agenda no Brasil. A crítica do comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, ao que chamou de “imagens vergonhosas do Brasil” em meio à pandemia, ilustra como o país é visto no momento na Europa.
Mercosul
Para o Mercosul, Portugal diz que vai buscar “contribuir para criar as condições para a assinatura do acordo EU-Mercosul”. De acordo com fontes consultadas pelo Valor, é possível que Portugal faça um esforço para chegar no fim do semestre com o acordo UE-Mercosul na agenda do Conselho da UE, em nível de ministros. Mas o cenário é difícil.
Outro elemento novo é o acordo de investimentos que a UE fechou com a China no fim de 2020. Não está claro se esse acordo e o da UE-Mercosul vão tramitar em paralelo ou competirão para eventual aprovação no Conselho da UE e no Parlamento Europeu.
Com informações do Valor Econômico
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