
Em depoimento à CPI da Pandemia no Senado, o sócio-proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, segue calado diante de quase todas as perguntas do relator Renan Calheiros (MDB-AL). O empresário se mantém em silêncio para não se incriminar. Ao finalizar o questionamento, Calheiros informou que Francisco Maximiano declarou rendimentos de R$ 52 mil em 2020. Ele quis saber sobre as movimentações financeiras e quem pagava as despesas de crédito do depoente. Maximiano permaneceu em silêncio.
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O relator ainda questionou sobre a relação do dono da Precisa com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e da possível intermediação do parlamentar para que Maximiano conseguisse um financiamento no BNDES. O empresário disse que o parlamentar não possui ligação nenhuma com a Precisa e que o empréstimo seria para bancar um projeto relacionado à internet, mas que a empresa não obteve o financiamento.
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Humberto Costa questiona viagem do depoente para a Índia
Humberto Costa (PT-PE) questionou Francisco Maximiano sobre o motivo da viagem que fez a Índia após o rompimento do laboratório indiano Baraht Biotech com a Precisa Medicamentos. O senador destacou que o rompimento se deu após verificar que os documentos eram falsos para intermediar a compra do imunizante Covaxin.
“Eu fui a Índia apresentar para eles as evidências e as provas de que nós recebemos esses documentos da Envixia, um parceiro deles”, disse o depoente.
O senador desmentiu Francisco Maximiano dizendo que tinha um documento enviado pela perícia do Senado Federal que afirma que a “fraude foi cometida dentro do Ministério da Saúde”.
Eliziane presta solidariedade à jornalista Carla Vilhena
Eliziane Gama (Cidadania-MA) prestou solidariedade à jornalista Carla Vilhena, autora de um vídeo exibido na CNN sobre a situação do Afeganistão e o sofrimento da população do país. Segundo a senadora, a jornalista também destacou que o regime talibã proibiu a vacinação contra a covid-19 e o uso de máscaras.
“Cortaram a fala dela e de forma maldosa e criminosa. Divulgaram que ela não estaria interessada no sofrimento das mulheres afegãs, mas estaria apenas tratando da questão da máscara. Essa propagação está sendo feita exatamente por bolsonaristas e negacionistas, que tentam deturpar a real ação e a real virtude dessa jornalista”, disse.
Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que CPI vai encaminhar uma nota de solidariedade à jornalista.
Para Tasso, negócios ilegais de Maximiano e Precisa vão além de vacinas
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou ter a impressão de que Maximiano faz parte de um grupo de “coisas ilegais que não se restringem a vacina, mas envolvem negociações escusas, lavagem de dinheiro e outros crimes”.
Para Tasso, é “altamente incriminador” o silêncio da testemunha sobre a forma de remuneração estabelecida entre a Baraht e a Precisa. O senador também disse desconfiar da presença do FIB Bank como fiador do negócio. Segundo ele, não se trata verdadeiramente de um banco, mas de “uma sociedade estranha e fajuta”, cuja maior parte do capital integralizado de R$ 7,5 bilhões é formado por empresas donas de terrenos que nem sequer existem.
Omar Aziz anuncia audiências da próxima semana
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou as audiências da próxima semana: na terça-feira (24), Emanuel Catori, um dos sócios da farmacêutica Belcher; na quarta-feira (25), Roberto Pereira Ramos Jr., presidente do FIB Bank; e na quinta-feira (26), Francisco Araújo, ex-secretário de Saúde do Distrito Federal. Os três foram citados como ligados à Precisa Medicamentos, empresa investigada na compra da vacina indiana Covaxin.
Heinze diz que vai apresentar relatório alternativo
Luis Carlos Heize (PP-RS) afirmou que vai apresentar relatório à CPI da Pandemia para provar que o “tratamento precoce” contra a covid-19 funciona.
“Dessa forma, não é a toa que no Brasil, em julho, mais de 1.700 municípios não registraram um caso de morte. Será consequência de que esse tratamento está servindo”, disse o senador.
Maximiano nega contato com Ricardo Barros para tratar de emenda
Francisco Maximiano admitiu que a inclusão da agência sanitária indiana na MP 1.026/2021, convertida na Lei 14.124, atendia interesse da Precisa, acelerando a liberação de imunizantes. Mas negou ter havido contato sobre esse assunto com o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), autor da emenda que fez a inclusão.
Com informações da Agência Senado