
Neste sábado (3), foi realizado o festival LivMundi 2020, um evento que busca democratizar o tema da sustentabilidade em uma linguagem simples e acessível e que contou com a presença do filósofo e cientista cognitivo, Noam Chomski e o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.
A transmissão teve um objetivo central de debate: o despertar da consciência e a urgência necessárias na mudança de comportamento do indivíduo, da sociedade e das organizações diantes das crises ambientais e sociais que vivemos.
Mudanças necessárias
“Jamais haverá um momento como este que estamos vivendo hoje. É como um ponto-chave, um momento de decisões”, declara Chomski, ao comparar a crise pandêmica da Covid-19 e a polarização política em diversos países, como o Estados Unidos e Brasil, com necessidade da sociedade em fomentar atitudes diretas para o combate das desigualdades sociais e de preservação do meio ambiente.
Discordando de Chomski, Mujica acredita que ainda não temos meios para garantir uma sociedade mais justa e que tenha plena consciência de suas necessidades e obrigações, como uma maior atenção as pautas ambientais e sociais.
“A gente não sabe o que fazer e o pior, nós não temos vontade de fazer”, afirma.
O ex-presidente ainda ressalta que é necessário uma mudança nas “raízes” do sistema político para iniciar o processo de reformulação da sociedade e, consequentemente, nos focos de suas ações.
A live ainda foi mediada para a jornalista da GloboNews, Aline Midlej. Para assistir a transmissão completa, clique aqui.
Mujica
Apesar de sua forte presença na política e em causas sociais e ambientais, o ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica (2010-2015) anunciou sua retirada definitiva da política do país por conta de uma doença imunológica crônica, informou aos jornalistas no último mês.
O político da Frente Ampla de esquerda, eleito senador em 2014, em seu último ano na Presidência, vai cumprir o mandato até outubro e depois se aposentar.
“Eu amo a política e não queria ir, mas amo ainda mais a vida. Preciso administrar bem os minutos que me restam”, disse Mujica ao deixar no domingo a seção eleitoral em que votou nas eleições regionais uruguaias. “É claro que a política obriga a ter relações sociais e tenho que me cuidar, não posso ir de um lado para outro por causa da pandemia e isso seria algo ruim para um senador”, declarou.
Mujica, que tem 85 anos, tem uma longa carreira política e militante, sendo que durante a sua juventude, ele fez parte da guerrilha dos Tupamaros que lutava contra a ditadura militar no país – o que lhe rendeu 13 anos de prisão, sendo libertado apenas após o fim do regime.