
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta terça-feira (8), o compartilhamento das provas do inquérito que corre contra o presidente na investigação sobre a atuação das milícias digitais.
Moraes considerou pertinente a solicitação da delegada da PF, Denisse Ribeiro, que vê semelhanças entre a atuação dos grupos investigados.
“Verifico a pertinência do requerimento da autoridade policial, notadamente em razão da identidade de agentes investigados nestes autos e da semelhança do modus operandi das condutas aqui analisadas com as apuradas nos Inquéritos 4.874/DF e 4.888/DF, ambos de minha relatoria”, escreveu no despacho.
A PF conclui que Bolsonaro cometeu crime ao vazar o inquérito sigiloso sobre ataque hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte, inclusive, esclareceu que o ataque não gerou riscos à segurança das urnas eletrônicas.
No inquérito sobre a milícias digitais, as investigações apuram a atuação orquestrada para desestabilizar a democracia e as instituições.
Para a PF, há indícios que o entorno de Bolsonaro utiliza os mesmos métodos de disseminação de notícias e informações falsas.
Leia também: Polícia Federal minimiza fuga de Bolsonaro a depoimento
Em outro inquérito, Bolsonaro é investigado por divulgar mentirosamente que relatórios do Reino Unido relacionam a vacina contra a covid com a aids. O que foi desmentido por autoridades daquele país. A live foi tirada do ar pelo Facebook, YouTube e Instagram. As provas também serão compartilhadas nesse inquérito.
A PF encontrou material que pode ter sido usado por Bolsonaro na divulgação dessa mentira ao analisar dados do ajudante de ordem da Presidência, Mauro Cid.
“Dados armazenados em serviço de nuvem apontam a participação de Mauro Cid em outros eventos (vide relatório de análise nº 001/2022) também destinados à difusão de notícias promotoras de desinformação da população”, escreveu a PF.
Ainda de acordo com a investigação, o material encontrado com Mauro Cid foi editado por Maria Farani Rodrigues, assessora do gabinete pessoal de Bolsonaro, pouco antes da live.
No documento, os investigadores ressaltam que o material foi produzido no mesmo dia da live de Bolsonaro e editado por Maria Farani Rodrigues, assessora de Bolsonaro.