
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou, nesta quinta-feira (2), pedido de Sergio Moro, que pretendia invalidar o depoimento de Jair Bolsonaro no inquérito que investiga interferência política na Polícia Federal.
A defesa de Moro reclamou de não ter sido notificada para acompanhar a oitiva.
“O Ministério Público Federal, titular da ação penal pública e destinatário da prova colhida, não vislumbrou qualquer irregularidade no procedimento adotado pela autoridade policial para a oitiva do presidente da República nestes autos, de modo que o inconformismo manifestado, além de extemporâneo, não merece êxito”, escreveu Moraes na decisão.
Na noite do dia 3 de novembro, Bolsonaro prestou depoimento ao delegado da PF Leopoldo Soares Lacerda, nas dependências do Palácio do Planalto, em Brasília.
O atual chefe do Executivo negou interferência na corporação, apesar da gravação da entrevista do dia 22 de abril do ano passado, em que ele afirmou:
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e oficialmente não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f… minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.”
À PF, Bolsonaro repetiu a alegação de que estava se referindo à segurança pessoal.
Para os advogados do ex-juiz, a dispensa de participação dos advogados e da PGR deveria valer exclusivamente para depoimentos de testemunhas, e não para Bolsonaro, que também é investigado no inquérito. Eles lembraram ainda que a oitiva do ex-juiz contou com “presença ativa” dos representantes da PGR.
No dia em que anunciou a saída do governo, Moro relatou, em entrevista coletiva, que Bolsonaro tentava interferir politicamente na PF. Essa declaração levou à abertura do inquérito.
Em outubro Moraes havia dado prazo de 30 dias para a PF tomar presencialmente o depoimento do presidente.
Com informações do Uol e g1