
Na guerra para garantir o comando da Câmara, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) apostou no ‘vale-tudo’. Nesta sexta-feira (29), o jornal O Globo revelou que Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, vem interferindo diretamente para que o DEM, partido do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (RJ), migre para o bloco do candidato apoiado pelo presidente.
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Ao jornal, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) revelou que recebeu uma ligação do ministro para que concedesse sua assinatura aos dissidentes da legenda. Hoje, a sigla está alinhada à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) e contrária à candidatura de Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto. A disputa será nesta segunda-feira (1º).
Desmoralização de Maia
Na sexta-feira (29), Sóstenes admitiu o assédio do governo. Após a iniciativa de Ramos, uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro foi marcada. Segundo um outro parlamentar do DEM ouvido pelo jornal, o governo está empenhado em “desmoralizar” Maia ao montar uma força-tarefa para rachar o partido.
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Na ligação, segundo Sóstenes, Ramos pediu o apoio a Lira e tentou convencê-lo para que reavaliasse sua posição. Hoje, o parlamentar declara voto no candidato nanico Capitão Augusto (PL-SP). De acordo com ele, “o único verdadeiramente conservador e de direita”.
“Ramos me ligou pedindo o apoio. Mas há muitos degraus para iniciar a conversa. A primeira coisa é uma conversa com Bolsonaro. E ele marcou para hoje, às 16h30, uma reunião”, disse Sóstenes.
Fim de semana será de batalha por voto
Apesar de ter marcado, o encontro não foi oficializado publicamente na agenda de Bolsonaro. Parte da bancada do DEM que apoia Arthur Lira se reuniu na noite de quinta-feira em Brasília. Onyx Lorenzoni e Tereza Cristina, ministros da Cidadania e Agricultura de Bolsonaro, que são filiados ao DEM, estavam presentes. O grupo tenta coletar 16 assinaturas necessárias para aderir ao bloco.
Faltam duas assinaturas, porém, para conseguir a maioria da bancada. Segundo os aliados de Lira, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), se comprometeu a apoiar a adesão ao bloco governista caso a maioria do partido opte por isso. Na reunião, ele pediu que os deputados não divulguem quem assinou a lista.
Na última semana, ACM Neto, presidente do partido, tentou impedir que houvesse uma “guerra de listas” na bancada. A cúpula do partido tentou preservar Rodrigo Maia (DEM-RJ) do desgaste de perder seu próprio partido na eleição para a presidência da Câmara.
Com informações do jornal O Globo
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