
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, disse nesta quarta-feira (31) que determinou à Polícia Federal que investigue o site www.bolsonaro.com.br, que passou a ser utilizado para divulgar críticas ao clã do presidente da República.
Por anos o site foi utilizado para apoio ao presidente a sua família, mas o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) perdeu o domínio, que foi comprado pelo empresário Gabriel Baggio Thomaz em janeiro deste ano.
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Neste momento, o site está fora do ar, mas até a manhã desta quinta (01) exibia uma imagem de Bolsonaro com características físicas do líder nazista Adolf Hitler e exibia a frase “Ameaça ao Brasil”. Além de uma contagem regressiva para o fim do governo, dia 31 de dezembro.
“Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um site, requisitei ao Diretor-Geral da PF a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos”, escreveu Torres no Twitter.
No documento, Torres afirma que as publicações do site “configuram, em tese, crime contra a honra do Senhor Presidente da República”.
O site trazia informações sobre práticas do clã Bolsonaro, como a disseminação de violência e ódio, o compartilhamento de desinformação, a corrupção e o aliciamento das Forças Armadas.
De acordo com a plataforma Wayback Machine registra que pelo menos até 2021 a página trazia publicações elogiosas a Jair Bolsonaro:
Em 2002, a homepage já era utilizada para propaganda de Bolsonaro:
A nova versão:

“Liberdade de expressão”
Responsável por transformar o site bolsonaro.com.br em uma “galeria” para expor o fascismo de Jair Bolsonaro (PL) e de seu clã – em um vacilo do “estrategista de redes” Carlos Bolsonaro (PL-RJ) – Gabriel Baggio Thomaz conta, em entrevista à Veja, que encontrou o domínio disponível em 2021 durante uma pesquisa no site registro.br, plataforma que gerencia páginas com o endereço .br.
“Eu nem acreditei, mas estava lá”, disse, antes de revelar que adquiriu o domínio em um leilão feito pelo site de registros, com lance inicial de R$ 40.
Thomaz afirma ainda que viu informações na Folha de S.Paulo de que o domínio pertencia anteriormente a uma empresa do Distrito Federal e era usado pelo falecido capitão do Exército Jorge Francisco, ex-assessor de Bolsonaro na Câmara e pai de Jorge Oliveira, que foi alçado pelo presidente ao Tribunal de Contas da União (TCU).