O Ministério da Saúde notificou limitações nos 500 mil testes rápidos doados pela mineradora Vale e pediu cautela a gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) ao aplicá-los.

Segundo o Estadão, a desconfiança do governo federal surgiu após análise de qualidade de um laboratório privado, feita a pedido da pasta, apontar 75% de chance de erro em resultados negativos para o novo coronavírus. O porcentual de erro cai para 14% em exames que testam positivos.
O Ministério já determinou que o produto será aplicado apenas em quem está na linha de frente do combate ao novo coronavírus, especialmente profissionais de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso desse tipo de teste para toda a população.
Integrantes do ministério e gestores do SUS dizem que a baixa precisão para testes negativos foi frustrante, mas ainda serão úteis na triagem de profissionais de saúde que podem estar infectados.
Há forte pressão do Palácio do Planalto sobre o Ministério da Saúde para compra de kits de diagnóstico em massa. O governo prometeu na semana que teria 22,9 milhões para enfrentar a doença, sendo 8 milhões do tipo “rápido”.
Dois tipos de teste
O Ministério da Saúde encomendou dois tipos de testes. Mais preciso, mas também de maior preço e complexidade de manuseio, o RT-PCR é usado para diagnosticar a covid19 uma secreção do nariz do paciente e pode identificar a doença já no começo dos sintomas.
Outro teste, o chamado “teste rápido”, detecta ou não a presença de anticorpos contra a covid-19 em amostras de sangue. O resultado pode sair em 15 minutos. O diagnóstico serve para monitorar o avanço da doença no País e levantar a quantidade de pessoas que desenvolveram defesa no organismo ao vírus.