
A nova Câmara Municipal carioca é um pouco mais de esquerda e menos povoada por políticos associados a milicianos. No entanto, ainda conta com a presença do reeleito Carlos Bolsonaro (Republicanos), um ex-PM influencer e o irmão do deputado estadual que dois anos atrás rasgou uma placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco. As informações são da Folha de S. Paulo.
A esquerda foi de 8 para 10 vereadores e agora representa 20% da Casa. “Não é um salto gigantesco, mas aumenta do ponto de vista da representatividade”, diz Tarcísio Motta (PSOL), reeleito e campeão de votos deste ano, com 86,4 mil. Outros nomes expressivos do PSOL na próxima legislatura serão Chico Alencar e Monica Benicio, a viúva de Marielle.
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Entre os nomes que orbitam o milicianismo, mas não conseguiram garantir uma cadeira no Legislativo do Rio, está o policial militar citado no relatório final da CPI das Milícias da Assembléia Legislativa do Rio em 2008, Zico Bacana (Podemos). Investigado no caso Marielle, Marcello Siciliano (PP) também não teve a reeleição garantida com seus 17 mil votos.
Carminha Jerominho (PMB) foi outra a ficar de fora. Ela é filha de Jerônimo Guimarães Filho e sobrinha de Natalino Guimarães, os irmãos condenados por chefiar os milicianos da chamada Liga da Justiça.
Daniel Carvalho, filho do ex-vereador Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, também ficou fora. Ele já chegou a dizer no plenário que tinha “vontade de dar um soco na testa” de Marcelo Freixo (PSOL) e foi acusado de tramar o assassinato do psolista, que presidiu a CPI das Milícias.
O selo dos milicianos
A família Brazão, do ex-deputado estadual Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) também citado na investigação da morte de Marielle, teve novo triunfo eleitoral.
Waldir Rodrigues Moreira Junior, que adotou o nome de Waldir Brazão, foi escolhido para estender a influência do clã na política. Ele é ex-chefe de gabinete de Manoel Brazão (PL), representante da família na Assembleia. Com sua vitória, o selo Brazão está agora nos Legislativos municipal, estadual e federal.
Domingos foi apontado como suspeito de organizar falso testemunho para incriminar Marcello Siciliano na morte de Marielle.
Com informações da Folha de S. Paulo