
Por Julinho Bittencourt
De acordo com a legislação, a primeira-dama Michelle Bolsonaro não pode se candidatar a nenhum cargo enquanto seu marido Jair Bolsonaro (sem partido) for presidente. No entanto, ela – que pode vir a ser alvo de abertura de inquérito por lobby na Caixa Econômica Federal (veja abaixo) – tem confidenciado a pessoas próximas que pretende se aventurar na política quando o casal deixar o Palácio da Alvorada.
Interlocutores de Michelle revelaram à coluna de Bela Megale, no O Globo, que ela quer um cargo no Senado.
A prioridade, no entanto, é a reeleição de Bolsonaro, mas Michelle não esconde suas pretensões. Enquanto isso, ela continua com seu trabalho na igreja evangélica e suas ações sociais.
A primeira-dama teria sido decisiva, entre outros assuntos, na indicação do “terrivelmente evangélico” André Mendonça para a vaga do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela também indicou secretarias que integram o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Abertura de inquérito
O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que investigue a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, por tráfico de influência na Caixa Econômica Federal. A ação também foi assinada pelos líderes de partidos que formam o bloco da Minoria na Câmara – PSB, PCdoB, PSol, PT, PDT e Rede.
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) encaminhou no início de outubro ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Gustavo Maiuino, ofício no qual solicita a abertura de inquérito policial para que sejam esclarecidas as “denúncias graves a respeito da atuação do presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães e de Michele Bolsonaro”.
Reportagem da revista Crusoé, revela que a esposa de Jair Bolsonaro teria montado um esquema para fazer lobby em Brasília para aliados do governo.
Segundo os jornalistas, que dizem ter obtido documentos do próprio banco, a primeira-dama teria determinado ao presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) que concedesse empréstimos “a juros baixos” a um seleto grupo de empresários aliados do governo durante a pandemia. Alguns deles prestam serviços em cerimoniais e atos no Planalto.