Nesta segunda-feira (8), um grupo de médicos e cientistas protocolou um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados. Dentre os signatários do pedido, está o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto. As informações são do G1.
O pedido afirma que o mandatário cometeu crimes de responsabilidade na condução da pandemia do coronavírus. O grupo ainda acusa o presidente de cometer crime de responsabilidade na condução da pandemia da Covid-19. Para fundamentar o pedido, os médicos e cientistas utilizaram diversas declarações públicas e atitudes de Bolsonaro que minimizaram os efeitos da doença.
“O Sr. Jair Messias Bolsonaro insistiu em arrastar a credibilidade da Presidência da República (e, consequentemente, do Brasil) a um precipício negacionista que implicou (e vem implicando) perda de vidas e prejuízos incomensuráveis, da saúde à economia”, diz o documento.
Ao todo já foram protocolados mais de 60 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, que tem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) como seu aliado.
O documento foi assinado por oito profissionais entre médicos e cientistas. São eles:
- Daniel de Araújo Dourado – Médico, advogado e pesquisador Associado do Núcleo de Pesquisa em Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (NAP-DISA/USP)
- Eloan dos Santos Pinheiro – Ex-diretora da Far-Manguinhos (Fiocruz)
- Gonzalo Vecina Neto – Médico, professor de saúde pública da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
- José Gomes Temporão – Médico sanitarista e ex-ministro da Saúde
- Ethel Leonor Noia Maciel – Pesquisadora no Campo da Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia
- Reinaldo Ayer de Oliveira – Médico e Conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP)
- Ricardo Oliva – Médico sanitarista
- Ubiratan de Paula Santos – Pneumologista do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
”Quer tirar a mim e colocar quem no lugar?”
Na manhã de hoje, Bolsonaro questionou os pedidos de impeachment que acumula em seus dois anos de mandato. Em indireta, ele relatou que não enxerga um candidato à sua altura. “Agora vem uns outros e querem impeachment. Vai resolver o quê? Quer tirar a mim e colocar quem no lugar? ‘Esse quem’ podia nos ajudar com soluções agora. Eu tenho humildade para acolher qualquer sugestão, qualquer uma, seja qual for. A gente estuda”, apontou.
O chefe do Executivo ainda criticou a política de lockdown contra a pandemia nos estados.
“Tem alguns locais ainda que estão com essa política de fecha tudo, não dá certo. Já disse lá atrás que o vírus e o desemprego são dois problemas que têm que se combater. O desemprego também mata, depressão, suicídio, outras doenças também. Cada vez mais está se represando cirurgias que deveriam ter sido feitas lá atrás e não fizeram só em nome do vírus”, alegou.
Com informações do G1 e Correio Braziliense