
Por Lucas Rocha
Apesar de maioria da população não enxergar justificativa para os atos golpistas do 7 de setembro, há uma parcela significativa que deve se mobilizar em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que mostra pesquisa Atlas Político divulgada nesta segunda-feira, na véspera dos atos.
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Segundo o levantamento, 55,8% acredita que os protestos não são justificados, enquanto 36,4% veem motivação. 7,7% não sabe.
Ainda que seja minoritário, esse grupo que enxerga justificativa parece disposto a atender à convocação de Bolsonaro. Pelo menos a metade, promete estar na rua.
Quando os entrevistados foram questionados pela pesquisa sobre a participação nos atos, 18,4% dos entrevistados disseram que pretendem comparecer. 6,2% disseram que talvez participem. Somados, esse grupo chega a 24,6% – minoritário, porém expressivo em uma manifestação pública.
Os que afirmam categoricamente que não irão às manifestações golpisas são 59,5%. Outros 8,8% disseram que provavelmente não vão se somar. 7,1% disseram que não sabem.
A pesquisa Atlas ainda perguntou se os entrevistados veem risco à democracia. 75,6% afirmaram que sim e apenas 14,6% disseram que não. 9,6% não sabem.
Atos golpistas
O presidente Bolsonaro está apostando o seu governo nas manifestações do dia 7 de Setembro. Assim como já havia feito em transmissões ao vivo e manifestações de rua, ele resolveu usar as suas próprias redes sociais na manhã desta segunda-feira (6), para convocar a população para os atos.
Ele vem provocando o Supremo Tribunal Federal (STF) e alguns setores do Congresso há meses, mantendo a agenda política da nação atrelada a uma tensão artificial: ele quer colocar o sistema democrático do país em xeque, minando a credibilidade de outras autoridades, numa tentativa desesperada de recuperar algum prestígio, uma vez que seu governo derrete em meio à incompetência generalizada na administração, às desastrosas gestões na pandemia e na crise econômica e aos sucessivos escândalos de corrupção envolvendo aliados, filhos e até ele próprio.


