
Enquanto Jair Bolsonaro (PL) dá as boas-vindas à variante ômicron da covid-19 no Brasil – já desmentido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga prevê novo colapso no sistema de saúde do país com o disparo de novos casos da doença. E admite que a maior parte das internações são de pessoas não vacinadas.
“Aqueles que se internam nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva, a grande maioria são indivíduos não vacinados”, disse nesta quinta-feira (13).
Um dia antes admitiu, em raro momento de aceitação pública das evidências científicas, que a variante trouxe “incertezas, receio às pessoas de um novo surto de casos, um novo impacto no sistema de saúde com a perspectiva de colapso e perdas de vidas”.
O infectologista Pedro Hallal comentou a “descoberta” tardia de Queiroga.
Para o ex-presidente Lula (PT), só um “psicopata” agiria como Bolsonaro.
Para o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), também criticou a postura do atual chefe do Executivo.
Para Guilherme Boulos (PSOL-SP), classificou Bolsonaro de “desumano e canalha”.
Queiroga reconhece segurança da vacinação infantil
Enquanto os estados se preparam para começar a vacinação nas crianças e Bolsonaro lança suspeitas sobre a imunização infantil e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Queiroga enfim admitiu que ela é segura.
“Apesar de recentes, essas vacinas têm sido aplicadas nos principais sistemas de saúde no mundo. Começou em novembro, sobretudo nos Estados Unidos, onde mais de 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos, e não tem sido notificados eventos adversos maiores. Portanto, até o que sabemos no momento, existe segurança atestada, não só pela Anvisa, mas por outras agências regulatórias, para aplicação dessas vacinas”, disse.
O líder da Minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), rebateu Bolsonaro.