
Em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira (17), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu uma série de medidas para conter o avanço do coronavírus no Brasil e afirmou que o Congresso votará todas as pautas necessárias para assegurar o atendimento da população brasileira.
Sem responder diretamente às provocações do presidente Jair Bolsonaro, que na última semana sugeriu que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deveriam testar nas ruas a satisfação com a atuação do Legislativo, Maia garantiu que o Congresso não fechará as portas em nenhuma hipótese.
“O Congresso Brasileiro só fechou na ditadura e não vai fechar nunca mais”, sentenciou, completando: “Esquece briga, esquece conflito. Vamos deixar os conflitos para depois. Vou tratar os problemas maiores e ajudar a construir na Câmara consenso para projetos urgentes. Temos que ter equilíbrio e paciência para que coisas menores não atrapalhem”.
Durante a fala, Maia defendeu o fechamento imediato de fronteiras nacionais, a redução de voos internacionais e estabelecimento de planos de contingência para as cidades com maiores números de casos, como Rio de Janeiro e São Paulo, que hoje registrou a primeira morte em decorrência do vírus. “Precisamos trabalhar nos procedimentos necessários para proteger os brasileiros dessa crise”.
Gastos
O presidente da Casa disse que já foi instaurado um sistema remoto para a votação de pautas urgentes e afirmou que os gastos econômicos diante da crise pela propagação da COVID-19 são inevitáveis.
“O Governo tem o orçamento aberto. Neste momento, nós não estamos olhando para o recurso. O volume de gastos vai ser tão maior do que vocês estão imaginando, até pelo que temos visto na Grã Bretanha, nos Estados Unidos, nos outros países, que saber de onde vamos tirar R$ 500 milhões, R$ 1 bilhão é um problema menor do que garantir os bilhões de reais que vamos precisar para reduzir os danos na vida dos brasileiros”, pontuou.