
Durante jantar com empresários em São Paulo, o pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reforçou a proximidade com o pré-candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB). Disse que não existe “governo Lula” e, sim, “Governo Lula-Alckmin”.
A aliança com Alckmin traz uma maior aproximação junto a empresários, o centro e o mercado e sinaliza que, em um futuro governo, não serão tomadas medidas “radicais” na economia.
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A reunião foi realizada no apartamento do advogado Sergio Renault na terça-feira (28). “Aliança não é para ganhar, é para governar”, afirmou Lula.
Segundo relatos dos participantes, Lula disse também que confia na habilidade de Alckmin para repactuar a relação com o Congresso Nacional.
Lula afirmou que se sentia como se estivesse comemorando “bodas” com Geraldo Alckmin, como se fossem amigos há mais de 50 anos. Reiterou que as “cotoveladas” do passado não comprometeram o respeito que eles têm um pelo outro.
Os presentes disseram que Lula elogiou Alckmin pelo menos quatro vezes durante o jantar e disse estar mais animado para governar do que estava em 2003, quando tomou posse pela primeira vez.
O petista reforçou que agora seria um governo com caráter conciliador. “Eu não vou fazer nenhuma medida abrupta sem ouvir a sociedade, empresários, Congresso. Vocês me conhecem”, disse.
“Quero colocar empresário para conversar com trabalhadores. Quero viajar para fora, recuperar a imagem do Brasil”, reiterou.
Críticas a Bolsonaro
Durante o encontro, Lula também teceu críticas indiretas ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ao citar a relação deste com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu nunca chamei ministro do STF para o ringue, mesmo quando estava preso. Não é do meu feitio”, disse Lula.
Alguns dos presentes disseram a jornalistas que Lula afirmou ter raiva somente do ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro.
Durante o encontro, Lula tratou também da política de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). E afirmou que a política será de microcrédito com foco nos pequenos e médios, mas sem inviabilizar as negociações de grandes empresas.
O jantar reuniu mais de 30 pessoas e contou com presenças como a de Carlos Sanchez, da EMS, Cândido Pinheiro, da Hapvida e Pedro Silveira, da Upon Global Capital.