
Durante um grande ato para cerca de 70 mil pessoas neste sábado (20) no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, o ex-presidente Lula (PT) defendeu o Estado Laico e afirmou que igrejas não deveriam ter partido, em referência a alguns religiosos que têm usado os púlpitos para fazer campanha contra o mandatário petista.
“Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo, tem demônio sendo chamado de Deus e tem gente honesta sendo chamada de demônio”, afirmou em uma resposta direta ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua esposa, a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Lula lembrou que “tem gente que não está tratando a igreja para cuidar da fé ou da espiritualidade, está fazendo da igreja um palanque político ou uma empresa para ganhar dinheiro”.
“Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, defendo o Estado laico, o Estado não tem que ter religião. Todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado. Mas também quero dizer: as igrejas não têm que ter partidos políticos, porque as igrejas têm que cuidar da fé e da espiritualidade das pessoas, e não cuidar de candidaturas, de falsos profetas ou de fariseus que estão enganando esse povo o dia inteiro”, exaltou.
O ex-presidente prometeu ainda que “questão religiosa” não entrará em sua agenda política. O discurso é em resposta à estratégia traçada pela campanha petista, que tenta evitar uma guerra religiosa e manter-se nas pautas referentes ao campo econômico.
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Estavam presentes no ato o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula na chapa; o ex-prefeito e candidato ao governo paulista Fernando Haddad (PT); a candidata a vice-governadora Lúcia França (PSB); o ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado; e ainda Dilma Rousseff (PT), que foi ovacionada pelo público e se emocionou em cima do palco.
“Às vezes a extrema direita condena um dos nossos e nós acreditamos em parte da mentira contada. Inventaram uma mentira contra ela. Imagina o que é uma pedalada da Dilma contra as motociatas que esse genocida faz hoje”, comparou Lula em afago a Dilma.
Chamando o impeachment de “erro histórico do Congresso”, Lula afirmou que o povo de São Paulo absolveu Dilma. “Você foi inocente porque deram um golpe em cima de você”, disse ele logo antes da ex-presidente levantar para abraçá-lo durante o discurso.
Pesquisa DataFolha desta quinta (18) aponta que o ex-presidente Lula lidera em São Paulo, com 44%, seguido por 31% do presidente Jair Bolsonaro.