
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou durante uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (2), em Brasília, que já 80% dos nomes que assumirão a Esplanada dos Ministérios em 2023. Contudo, o petista declarou que o anúncio ocorrerá somente após a sua diplomação como presidente da República, marcada para correr em 12 de dezembro.
Durante entrevista, Lula também afirma manter diálogo com as forças políticas que o ajudaram a vencer as eleições ou possuem forte representação dentro do Congresso Nacional.
“Estou em um processo de conversa com todas as forças políticas. Já conversei com forças políticas que não me apoiaram durante a campanha, mas que são partidos que têm importância dentro do Congresso, seja na Câmara ou no Senado. Quando a gente ganha uma eleição, a gente governa com quem ganhou, a gente tem que conversar com os deputados eleitos, com os senadores eleitos, para que a gente possa construir as mudanças que nós precisamos fazer no nosso país”, declarou.
O presidente eleito disse, ainda, que a base ministerial do seu terceiro mandato será semelhante ao montado por ele durante seu segundo mandato à frente do Executivo Federal, acrescida da pasta dos Povos Originários.
“A base dos meus ministérios será a base dos ministérios que eu tinha no meus segundo mandato, com uma coisa acrescida, que é o Ministério dos Povos Originários, que eu não sei se vai ser de cara um ministério ou uma secretaria especial ligada à Presidência da República. Nós ainda vamos discutir. Vamos ter Ministério da Indústria e Comércio, Ministério do Desenvolvimento, da Pesca, da Mulher, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos. Tudo que a gente tinha e mais o Ministério dos Povos Originários”, assegurou.
Gleisi Hoffmann não será ministra do governo Lula
Lula também declarou que a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, não irá assumir nenhuma pasta durante o governo e continuará no comando da sigla. “Ser presidente desse partido hoje é tão ou mais importante que ser qualquer ministro. Essa companheira, continuando a ser presidente [do PT], vai me ajudar a governar esse país”, disse.
Ainda segundo o petista, “a companheira Gleisi tem um papel que, na minha opinião, não é mais importante que o presidente da República, mas é muito importante manter o PT se organizando, se fortalecendo. Tem outras pessoas que podem representá-la dignamente no governo”.
Maiores definições e “diagnóstico” do Brasil virá após relatório da Transição, diz Lula
Na coletiva, Lula também disse que tem evitado entrar em detalhes sobre a transição porque ainda está aguardando o relatório final que está sendo elaborado pela equipe comandada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
“Eu não tenho falado com a imprensa porque estou esperando a transição terminar, me entregar o relatório para que eu possa conversar com a imprensa e dizer para vocês como é que nós encontramos o país, as finanças do país, os ministérios. É um trabalho minucioso que está sendo feito por gente muito representativa, responsável”, discorreu.
Entretanto, o presidente disse que já tem informações que a situação do país “não é das melhores” e que o Brasil não terá “grande crescimento em 2023 se depender da política que está em vigor”.
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“Estou convencido de que a situação do Brasil não é das melhores. Temos informações de que nós não teremos grande crescimento em 2023 se depender da política que está em vigor nesse país. Temos o compromisso de fazer esse país voltar a crescer, de voltar a gerar empregos, de trabalhar para reduzir a inflação e aumentar a produção de alimentos, principalmente dos alimentos básicos”, afirmou