
Em live realizada na última quarta-feira (24), sobre o tema ‘A Revolução Brasileira no século XXI, o economista e professor brasileiro da Universidade Estadual de Campinas e da Faculdades de Campinas, Luiz Gonzaga Belluzo, manisfestou sua concordância com as principais teses econômicas apresentadas no Livro 4 da Autorreforma do PSB. Belluzo foi entrevistado por Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB e Domingos Leonelli, coordenador do site Socialismo Criativo, em live coordenada por James Lewis, integrante do Conselho Editorial do site.
O primeiro bloco foi dedicado ao tema titulo da série, ‘A Revolução Brasileira’ na concepção do historiador e filósofo Caio Prado Junior, segundo o qual a revolução não é o assalto ao poder ou insurreição armada, mas um processo de de transformações estruturais que resultam em uma nova realidade socioeconômica. Para Belluzo, essa visão representava um grande avanço para a época (1966) .
“A força do pensamento de Caio Prado Junior é exatamente a capacidade de levar adiante sua visão estrutural. Ver a revolução e o socialismo saindo das entranhas do capitalismo. Compreender como Hegel, que antecedeu Marx, que as coisas se transformam a partir de sua própria natureza”.
Renascimento Criativo da Indústria e o PSB
A respeito da questão citada no Livro 4 da Autorreforma sobre a “reindustrialização versus renascimento criativo da industria”, o professor afirmou que o conceito de desindustrialização não significa que “perdemos certos elos da cadeia produtiva mas, sim, que não incorporamos os novos elos (tecnológicos) dessa cadeia”. Dessa forma, continua, “não há possibilidade de reindustrialização sem que esta esteja apoiada fortemente na inovação e na criatividade”.
“Assim, considero muito importante esse projeto do PSB, que está na direção correta: não há outro caminho senão o de assentar nossas novas indústrias no desenvolvimento tecnológico. Não há reindustrialização trazendo de volta as indústrias de tecnologias convencionais , a rigor nem mais industrias de tecnologias convencionais, porque a robótica e a inteligência artificial estão em todas atividades, inclusive na agricultura, desde a plantação até colheita”, afirmou.
Hiperindustrialização
Para Bellluzo , o mundo atual vive uma etapa de desenvolvimento que ele qualifica como ‘hiperindustrialização’. O novo conceito, nascido das mudanças disruptivas das ultimas décadas, parte do princípio de que a economia industrial não é mais representada ‘”por um conjunto de fábricas, mas sim por um conjunto de processos” que envolvem automação, inteligência artificial, robótica e, certamente desenvolvimento de softwares, design de processos.
E tudo isso, por incrível que pareça, foi previsto por Karl Marx, que em 1860 já definia o que hoje se chama de inovação tecnológica “general intelect” do seu “sistema de máquinas.