
Em entrevista ao portal Brasil247 na última semana, o ex-senador e candidato a vereador no Rio, Lindbergh Farias (PT), defendeu uma união entre PT e PSOL ainda no primeiro turno no Rio de Janeiro e em São Paulo. De acordo com O GLOBO, sua fala abriu um princípio de crise na legenda.
Para Lindbergh, os partidos “tinham que sentar na mesa para tentar uma atuação mais forte nesse processo eleitoral”, o que envolveria, segundo o petista, um apoio a Guilherme Boulos (PSOL) na capital paulista, com a retirada da candidatura de Jilmar Tatto (PT). Em troca, o PSOL apoiaria a petista Benedita da Silva, mais bem posicionada nas pesquisas.
Correligionários dos dois partidos acreditam que não cabe discutir uma aliança agora, mas na reta final da disputa pode acontecer. “Ainda é muito cedo” para definir a candidatura mais viável, relatam.
Reação
O vice-presidente Nacional do PT, Washington Quaquá, classificou como desrespeitosa a fala do ex-senador. Segundo ele, atitude enfraquece a candidatura petista em São Paulo, onde as duas campanhas descartam uma possibilidade de acordo. Além disso, o petista pontuou que a declaração foi mal recebida pelo partido.
“Ruim. Recebemos mal. O PT tem tradição em São Paulo, tem força, o Tatto vai subir. Boulos é o candidato Laranjeiras, se lá tivesse. Tatto é mais popular. Um dirigente não pode dar declaração que enfraquece candidato nosso. E aqui no Rio estamos crescendo. É desrespeitoso com o Tatto e com a Renata. Eleição de segundo turno é democrático tentar disputar”, afirmou.
Membro da Direção Nacional do PT, Alberto Cantalice disse que o partido recebeu com estranheza essa declaração e que jamais trabalharam nessa perspectiva.
“O partido não recebeu como algo possível, recebemos com estranheza. Nós estamos tratando das candidaturas, não existe essa moeda de troca, jamais trabalhamos essa perspectiva”, diz Cantalice.
Por outro lado, o ex-deputado federal Wadih Damous (PT) defendeu o posicionamento de Lindbergh. No Twitter, o petista afirmou que “o apoio do PSOL à Benedita no Rio e o apoio do PT a Boulos em São Paulo seria um gesto de maturidade e inteligência políticas”. Para ele, “as chances da ida de ambos para o segundo turno aumentariam bastante”.